segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ser

Enquanto escuto professores preocupados com o que fazer se o menino - de 5 anos - quer brincar com a Barbie e prefere ficar com o grupo de meninas, leio um pouco sobre Hannah Arendt e as noções de nascimento e natalidade:

"Assim, o nascer de uma gata fêmea, tal qual o da 'fêmea' humana é um fenômeno da vida, já que ambas passam a participar da luta pela sobrevivência individual e pela continuidade da espécie. Mas a 'fêmea humana' nasce também para um mundo de artificialismos simbólicos e materiais: terá um nome de mulher, passará a ser vestida como uma mulher, aprenderá gestos e condutas que a fazem tornar-se uma mulher, o que significa compartilhar símbolos culturais de identidade feminina. Uma gata nasce 'gata', enquanto uma 'fêmea humana' terá de se constituir como mulher, por ser tanto um ser novo na vida como um novo ser no mundo."

(A crise da educação como crise da modernidade, José Sérgio Fonseca de Carvalho. Revista Educação - Hannah Arendt)