quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Chermel sedebit *

Adoro ler, desde que comecei aos quatro anos. Aos cinco, em casa, já havia completado a cartilha Caminho Suave sem esforço. O dia em que completei seis anos foi meu primeiro dia de escola e neste momento eu já lia com facilidade o que me apresentassem. Fui transferida para uma sala mais adiantada e mesmo assim continuava adiantada. Ajudava a professora a corrigir e ensinar quem não acompanhava - metade da sala era minha, metade era dela. Às vésperas de completar nove anos, ganhei de Natal seis livros - que felicidade! Três dias depois, tive que começar a relê-los (e estava em férias na casa de minha avó, em Santos - praia de manhã e no fim da tarde). Comecei a ler enciclopédias na falta de livros novos - adorava Medicina e Saúde em seus cinco volumes. Na minha adolescência (bem diferente da adolescência nos dias atuais) li livros que não fizeram o menor sentido na época, mas fui até o final sem nunca deixar um título pela metade - Dom Casmurro, Inocência, O Cortiço, O Grande Gatsby, Nasce uma estrela, O americano tranquilo, O morro dos ventos uivantes, A sangue frio, O sol também se levanta, Mas não se matam cavalos? - um a cada quinze dias, no máximo um mês.

Adoro ler.

Adoro ler mas odeio estar adorando a leitura e...
E nada. E ninguém. Solidão.
Mas esta é outra história.

Adoro ler.

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Bibliografias são a minha perdição.
Acabo de descobrir o Sermão da Sexagésima, de Pe. Antonio Vieira. Lendo, me pergunto como não li antes.

(continua... algum dia)


* campo fértil, em latim