Qualidade, autonomia, cidadão crítico, desenvolvimento global, integralidade - algumas das muitas palavras associadas à educação e que algumas escolas, basicamente as particulares, adoram colocar em seus discursos de palavras e frases bonitas e enfeitadas, com entonações fortes, carregadas de intenção... de venda.
Hoje pela manhã estava relendo trechos de dois livros só para me lembrar que não sou eu a louca - a desfaçatez é tanta que dá até para se questionar, pois c hega ao ponto de ser inacreditável.
Ambos não são recentes mas permanecem atuais: "Cinco Estudos de Educação Moral", organizado por Lino de Macedo, com textos, entre outros, de Jean Piaget e Yves de La Taille, e "Medo e Ousadia - o cotidiano do professor", de Paulo Freire e Ira Shor.
Enquanto isso, a apostila (cara) diz que peixe-boi é um peixe e os índios brasileiros foram dizimados por causa das doenças trazidas pelos portugueses.A informação pode estar certa, mas vale menos se não for registrada como "resposta completa". O trabalho "que vale nota" foi respondido de maneira correta, mas como os desenhos - ursinhos, meros enfeites - não foram pintados, terá pontos descontados.
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"Para que a vida humana não se torne lúgubre e enfadonha é importante compreender que há coisas cujo valor independe da utilidade. O que for útil porque é um meio para algo mais, e se o algo mais, por sua vez, não for meramente um meio, deve ser valorizado por si mesmo, pois de outro modo a utilidade será ilusória."
(Bertrand Russell)