segunda-feira, 27 de abril de 2009

Anda faltando poesia

Timidez
Cecília Meireles

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
e um dia me acabarei.

domingo, 19 de abril de 2009

E mais um feriado...

Três em menos de um mês é demais para mim. O pior é que eu tenho certeza que, passando o último, vou escutar:
_ Quando vai ser o próximo feriado?

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Mas hoje é domingo, pé de cachimbo e estava a ler o caderno Cotidiano da Folha. Danuza Leão primeiro para ver se me interesso pelo assunto do dia e, depois, devagarinho para não estragar, Gilberto Dimenstein, que eu adoro de paixão. Quando eu crescer, quero ser "que nem" ele.

Mas o que quero comentar agora - porque já é muito tarde para minha pobre cabecinha continuar com assuntos muito sérios - é a crônica de Danuza, mais especificamente este trecho:

"Comecei falando de música, mas agora vou falar de amor. Será que as pessoas ainda se apaixonam, amam como amavam, pensavam no ser amado o tempo todo e fariam qualquer coisa -como diz "Hino ao Amor", de Piaf, renegariam sua pátria e seus amigos se lhe fosse pedido- pela pessoa que amassem? Vamos falar de coisas bem banais: deixariam de ir a um jogo de futebol, se isso lhes fosse implorado? De ir à praia? Dariam o último pastelzinho da travessa à pessoa amada? Será que o amor está acabando?
Há muito tempo não ouço ninguém me dizer que está morrendo de paixão, nem homem nem mulher. Os homens não são muito de confessar essas coisas, mas as mulheres estão preferindo ir a uma academia de ginástica a sair com um homem com más intenções. O que é uma pena. Porque não há nada melhor do que viver uma paixão, e se ela não der certo, sofrer muito por ela."


De vez em quando, me pego pensando nisto também, procurando algum sinal de que ainda haja esperança.
Infelizmente, já ouvi muito aquela história de que "imagina se vou deixar de fazer isto por ele/ela - por acaso ele/ela faria o mesmo? - não pode se entregar assim, senão eles/elas se aproveitam".
Talvez eu esteja no lugar errado (e cá entre nós, eu estou...) mas será que é vergonha hoje se apaixonar e se entregar ao sentimento?
Citando Danuza Leão, "será que as pessoas ainda têm uma dor de corno, daquelas de se enfiar na cama e nem querer saber se está chovendo ou fazendo sol? A julgar pelas músicas atuais, não."
Please, alguém me diga que não teremos que nos sujeitar ao amor da música dita sertaneja ou dos pagodes que reviram sambistas no túmulo. Please, please, please!!!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Quase uma heresia

"Santo Agostinho, um dos expoentes da Escolástica, sugere que façamos o que ele fazia todas as noites, antes de dormir: 'repassava mentalmente o que fizera durante dia, indagando como fora em palavras, pensamentos e atos'."

Acabei de ler isto e me lembrei de ter sugerido esse processo em uma conversa recente. 

_ Imagina! Pensar  em tudo que fiz! Eu quero mais é dormir!

Diante do avançado da hora, é melhor eu não comentar. Se é que preciso.

Assim disse Pitágoras

"Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos." 

Parece tão simples e deveria ser, principalmente para educadores. 
É aí que entram a falta de embasamento, a falta de reflexão, a falta de motivação, a falta ... a falta ... a falta ...
Como é possível continuar em uma profissão onde prevalece a falta? Continuar é aceitável?

E minha lista vai crescendo...

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias."

(Agora Pablo Neruda)
Para se ter idéias, é necessário pensar. E pensar exige três atividades racionais: conceituar, emitir juízos e raciocinar.
Achar não basta.

sábado, 4 de abril de 2009

O outono

Sono, muito. Queria escrever sobre minha estação preferida, mas mal consigo juntar as palavras.
Na TV, quase 200 canais e eu ligada no Shoptour por absoluta falta de algo que me agradasse.
Vou dormir e tomara que chegue logo a manhã.
Expectativa...