sábado, 24 de novembro de 2012

... but it's a beautiful mess

Be honest

Em um movimento de interpretação, cá estou eu na letra de outros seguidas vezes.
Interpelada, assujeitada, eu. Não diferente de você, mas singular.

Vários eus que sempre vi, eus que juntos nunca entendi.
Possíveis - maybe I see - e vários presente aqui.
Exemplo na fuga do i-i-i-i.

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Escutando Jason Mraz...

sábado, 10 de novembro de 2012

Sensação familiar

"No discurso que hoje eu devo fazer, e nos que aqui terei de fazer, durante anos talvez, gostaria de neles poder entrar sem se dar por isso. Em vez de tomar a palavra, gostaria de estar à sua mercê e de ser levado muito para lá de todo o começo possível. Preferiria dar-me conta de que, no momento de falar, uma voz sem nome me precedia desde há muito: bastar-me-ia assim deixá-la ir, prosseguir a frase, alojar-me, sem que ninguém se apercebesse, nos seus interstícios, como se ela me tivesse acenado, ao manter-se, um instante, em suspenso. Assim não haveria começo; e em vez de ser aquele de onde o discurso sai, estaria antes no acaso do seu curso, uma pequena lacuna, o ponto do seu possível desaparecimento.


(...)

Há em muitos, julgo, um desejo semelhante de não ter de começar, um desejo semelhante de se encontrar, de imediato, do outro lado do discurso, sem ter de ver do lado de quem está de fora aquilo que ele pode ter de singular, de temível, de maléfico mesmo. A este querer tão comum a instituição responde de maneira irónica, porque faz com que os começos sejam solenes, porque os acolhe num rodeio de atenção e silêncio, e lhes impõe, para que se vejam à distância, formas ritualizadas."
(A ordem do discurso, Michel Foucault)



domingo, 7 de outubro de 2012

Sobre vitórias, derrotas e coisas a pensar

"Nada está definitivamente perdido, as vitórias parecem-se muito com as derrotas. Nem umas nem outras são definitivas."
 
"Falo de uma mudança que levasse as pessoas a pensar que isto não é bastante para viver como ser humano. Não pode ser. Se nós nos convertemos em pessoas que só se interessam pelos seus próprios interesses, vamos converter-nos em feras contra feras. E aliás é isto o que está a acontecer."
 
"O mundo necessita de uma forma distinta de entender as relações humanas e a isso é que chamo insurreição ética. Cada um tem que pensar: Que estou a fazer neste mundo? A ideia de respeito pelo outro como parte da própria consciência poderia mudar algo no mundo."
 
"Se eu pudesse apagar a palavra utopia do dicionário e da mente das pessoas, fá-lo-ia. Adiamos e adiamos o que queremos ser. A esperança, sempre a temos, claro. É o que faz, em muitos casos, com que a vida seja suportável."
 
(José Saramago)
 
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Namorado trabalhando "pela democracia", filhote na casa de mais que amigo.
Estar sozinha de vez em quando é bom. Pena o barulho dos carros...
 
E eu... eu tentando produzir. Terminada a pausa.

sábado, 6 de outubro de 2012

Na ponta

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento


...




 
...



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

E João Pedro...

Enquanto a prova foram 30 continhas, brincando ele que montar um time de futebol...
Pegou suas caixas de futebol de botão, seu caderninho e me explica:
- Vou colocar o nome dos jogadores em tirinhas e colar no botão, aí quando ele for vendido eu troco o nome. Nessa folha eu vou colocar o preço dos jogadores e anotar quanto o time vai ganhar; aqui eu vou colocar o que tem que gastar. E vou anotar tudo que precisa pra começar um time. Quanto será que eu preciso? Deixa eu pensar...

Necessidade

Na falta do novo, vai o de sempre...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

... antes de adormecer

"As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito. Ou, pelo menos, não era apenas isso. Meu enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias. E nem todas posso contar – uma palavra mais verdadeira poderia de eco em eco desabar pelo despenhadeiro as minhas mais altas geleiras. Assim, pois, não falarei mais no sorvedouro que havia em mim enquanto eu devaneava antes de adormecer."
Clarice Lispector

domingo, 1 de julho de 2012

Palavras...

"... a tensão que habita as palavras e as lança para frente é um ir ao encontro de algo. As palavras buscam uma palavra que dará sentido à sua marcha, fixidez à sua mobilidade." (Octavio Paz)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Então tá

- Mãe! Quanto é 246 dividido por 2?
- 123, por quê?
- Então eu vou gastar uns 123 litros de água.
- Como assim?
- É que eu vou colocar o alarme pra 7 minutos, e 15 minutos de banho gastam 246 litros de água...

domingo, 24 de junho de 2012

A pesquisa, o sono e a tesoura

Pesquisando, a linguagem digital com foco na escrita na internet em comunicações interpessoais (ou algo assim...).
Trabalhando, a ampliação e consolidação da Educação Integral na Rede Municipal de Ensino (o novo! recente-não-recente).
Dormindo, pesadelos e ausência com palpitações em momentos de pouca lucidez e alta produção.

A tesoura?
Bem, é melhor que fique somente na memória que não é metálica.

sábado, 5 de maio de 2012

Tentando entrar na língua da linguagem

Depois do outro, vem o eu que não é sujeito e o sujeito que não é eu. O ethos não entrou, mas a dúvida o capturou.
A música que ultimamente me persegue me encontrou no contraponto.
O MediaConverter não converteu e na procura encontrei o WiseConvert. Esperto, fez o trabalho e me trouxe um "tocador" de rádio e canais Sky. A música me pegou de novo por outro ponto.
Sábado à noite com transcrição ortográfica e consequências da sexta com aparelho elíptico/abdominais/pesinhos e outras coisinhas mais.

Céus! O que estou fazendo com a linguagem!

domingo, 15 de abril de 2012

Pois então...

Na aula de sexta "descobri" que o outro pode não ser uma pessoa. O outro pode ser um livro. Pode ser um outro objeto.
Resolvi que meu outro agora é o site Personare (!). Já que no momento estou precisando de um elogio, ouvir algo bom a meu respeito, e não tem um outro-pessoa para fazê-lo - sou eu, um monte de textos para ler e o canal Anos 90 da Sky -, "elejo" o site como meu outro.
E ele é super bonzinho ao falar sobre meus super poderes - tudo que eu preciso depois de quase dois dias insanos de leitura e um corpo reclamando a ausência da vesícula!

Vejam como este outro é um amor:
"Você tem um dom magnífico a ser desenvolvido: a habilidade de resolver atritos, aparando arestas e sendo justo com as partes conflitantes."
"Você tem o talento de aplicar seus ideais humanitários, gostando de ser útil aos outros ou à alguma comunidade, por meio de um trabalho em equipe."
"Você tem o poder de servir como uma referência de autossuperação, ética e humanitarismo para as pessoas"

Se cutucar , ele fala mais:
"(...) Ana, o que mais lhe motiva é agir com determinação, a partir de seus princípios éticos e seu senso de justiça (...) sua sabedoria, seu profundo olhar compreensivo a respeito da natureza humana e da existência (...) sua sensualidade, suas habilidades psíquicas e sua percepção dos vários lados de cada questão (...) suas habilidades expressivas e comunicativas (...) seu senso de justiça, sua capacidade de harmonizar conflitos e seu talento de unir pessoas (...)"

Eu não sei direito onde está tudo isto (acho que se eu pagar 4 X R$ 12,20 talvez ele me diga), mas... se meu outro disse, está dito!

E quem não entendeu nada desse negócio de outro, abstrai.

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Enquanto isso, toca (só para ouvir, não para ver):

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Adaptação

[...] (às vezes, a concisão do título também ia para o texto, particularmente na hora em que o que se pedia eram laudaS, no plural... mas isso é passado).

Quando achei que era passado, cá estou eu novamente lutando para encontrar o meio termo entre ser prolixa e ser concisa. Resumos com caracteres contados; resenhas com, no mínimo, três páginas; diários de leitura e fichamentos. E é só o começo.

Passado presente

"As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e modificam (...) meu enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias(...)"
Clarisse Lispector

sábado, 24 de março de 2012

domingo, 18 de março de 2012

Delírio de consumo













Esse azul simplesmente me fascina.


O que os olhos não veem...

"(...)
A inserção das classes C, D e E na economia nos últimos anos, um dos grandes feitos do governo Lula, criou uma nova classe média no país. Conforme dados do Centro de Políticas Sociais da FGV, entre 2001 e 2009, a renda per capita dos 10% mais ricos aumentou em 1,49% ao ano, enquanto a renda dos mais pobres cresceu a uma taxa de 6,79% por ano.

Somente entre 2008 e 2009, a taxa de pobreza caiu de 16,02% para 15,32%. Os números mostram também que, na época do auge crise financeira de 2009, a classe C cresceu mais em termos proporcionais do que as demais classes, chegando em 2009 a 94,9 milhões de brasileiros -- cerca de 50% da população. Diante desse cenário, a nova classe tornou-se alvo de empresas e de partidos políticos, que veem aí também o novo eleitor.

Com a emergência do novo consumidor, a questão agora é fazê-lo inserir-se na sociedade como cidadão e agente social. O Bolsa Família tem sido o principal fator desse processo, contribuindo na diminuição das desigualdades sociais, registrando queda da pobreza extrema de 12% em 2003 para 4,8% em 2008."

(trecho da mensagem do Portal Luís Nassif sobre evento do Brasilianas.org que acontece dia 1º de novembro)

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Nunca havia pensado no ditado "O que os olhos não veem, o coração não sente" mais a sério, a não ser da maneira clichê básica, usando de brincadeira por aí. Até que comecei a procurar um título para esta postagem.

Fico sempre buscando algo bem resumido e nem sempre consigo fácil ou a contento - apesar de ter sido boa em manchetes na faculdade... (às vezes, a concisão do título também ia para o texto, particularmente na hora em que o que se pedia eram laudaS, no plural... mas isso é passado).

Muitas ideias apareceram rápido rapidinho (efeito de ouvir o canal Standards) e, depurando, foi ficando algo como "pobreza incomoda". Mas ainda não era isso. Para completar, ficaria comprido. Estava quase desistindo quando o ditado surgiu na mente e fui conferir o que meu fiel aliado Google dizia a respeito. Deu nisto - poesia da Ruth Rocha que eu desconhecia.

Um pedacinho:
"(...)
Mas um dia, coisa estranha!
Como foi que aconteceu?
Com tristeza do seu povo
nosso rei adoeceu.
De uma doença esquisita,
toda gente, muito aflita,
de repente percebeu...

Pessoas grandes e fortes
o rei enxergava bem.
Mas se fossem pequeninas,
e se falassem baixinho,
o rei não via ninguém.
(...)"
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Enfim, ainda tenho que ouvir pessoas que insistem em desacreditar dos resultados comentados  na primeira parte do texto. Não satisfeitos, falam muito muito mal do programa Bolsa Família e do governo do PT - como se fossem sinônimos, esquecendo (sendo boazinha e não dizendo que não sabem...) que a origem de um não corresponde ao partido do outro.

Enquanto escrevo este texto - e ouço música, e procuro outras em alguma playlist, e coloco roupa para lavar, e assisto algum programa gravado, e consulto o dicionário, e pesquiso no Google, e respondo e-mail, e vejo a promoção da Zelo - leio no Facebook uma conversa entre um amigo e meu namorado, originada pela saída do ministro do Esporte.

Para ele e vários outros amigos, falar em governo do PT é sinônimo de que tudo que for feito é uma droga, no mínimo. Os militares eram santos, Collor e PC Farias nunca existiram e nem vou falar de Maluf Rouba mas Faz, nem repetir as piadas sobre Newton Cardoso e suas obras... A corrupção surgiu com o Lula e seu PT. Ponto.


Existem defeitos? Sim, existem. Existem problemas? Sim, existem. Existe corrupção? Sim, existe. Tudo isto continua existindo como sempre existiu.

Certa vez minha mãe me disse que se eu tivesse nascido un 20 anos antes, com certeza eu iria ser uma daquelas pessoas "desaparecidas" durante a ditadura...


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Coincidentemente*, de manhã lia a apostila da escola do João Pedro (!!!!!! - pânico ao lembrar dos erros e qualidade da informação...) e um dos assuntos eram as cidades planejadas e as que surgiram naturalmente. Parte do texto lembrava que Brasília foi planejada com a ideia de igualdade - sem separações entre bairros ricos e pobres, p.e.-, mas, ao final da construção, os trabalhadores acabaram sendo obrigados a morar ao redor da nova capital, fazendo surgir uma cidade carente no entorno.

* (hoje é um dos dias em que desconfio da existência da tal coincidência)

ESTE HOJE JÁ FAZ ALGUNS MESES...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Weiß, fehér, vit, blanche, white

Branco. Estou em uma fase branca. Talvez seja um sinal de que preciso de menos, o mínimo de interferências, uma linha reta. Talvez não seja nada. Nada é branco.


Ontem pausei o filme Hanna algumas vezes no início só para apreciar os vários brancos da neve, ora divididos com o azul profundo do mar gelado, ora com o marrom molhado dos galhos.


Mas branco sem luz não. Branco vivo. Sem luz, branco morre, vira tédio, cinza.