quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

(in.te.gri.da.de)

sf.
1. Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA: Aferiu a integridade da remessa.
2. Estado do que não foi alterado, quebrado ou agredido (integridade física).
3. Fig. Qualidade de quem é íntegro, honesto, incorruptível; HONESTIDADE; PROBIDADE: A integridade do funcionário é inquestionável.
4. Fig. Inocência, pureza, castidade.
[F.: Do lat. integritas, atis.]

Again

E não é que assédio moral volta à tona. Entre outras coisas.


"Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias
De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca
O ouro irrita a pele.
Aos que a fama bafeja
Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade
É sol, virá a noite.
Mas ao que nada espera
Tudo que vem é grato."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Achados II

Um assunto levou ao outro e...


Amèlie: Ela parece distante... talvez seja porque está pensando em alguém.
Pintor: Em alguém do quadro?
Amèlie: Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.

Pintor: "Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes." 
Amèlie: "Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros." 
Pintor: "E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?"

Achados I

Amigo é para todas as horas. Não tem que se desculpar. É tão difícil assim?


"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! 

Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

E onde fica o cinza?

Um saudosismo batendo ultimamente. Festas chegando. Mais um ciclo indo embora. Gerúndio.
Gerúndio é câmera lenta, é estar fora do tempo ao seu redor, é participar sem estar - ou estar além.
Com uma acontecimentos jorrando, ainda não senti a época que se aproxima. Natal, reveillon, férias, família, estresse, compras, viagem, irritação, desconexão, reavaliação, imagem, perfeição. E caminhando para o gran finale:40. 


Uau! É a primeira vez que sinto a nova idade. Que sensação de poder! Nada mal...


Mas o cinza, onde fica? É o que estava tentando localizar em meio aos pensamentos. Não há apenas o branco e o preto. Nem tudo ao céu, nem tudo ao mar (ou algo parecido). 
Talvez alguns dias mais - melhor dizendo, noites - esclareçam este território nublado que ando habitando. Talvez seja o que os "inimagináveis" 40 me reservam: flexibilidade.
Em busca do caminho do meio.


Meio branco, meio preto: cinza.
Será?
Só o tempo dirá.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

(suspiro)

Boa noite

Meu nome é Ana Paula e eu sou uma viciada em informação.
Aí, tadinho do blog, tem que concorrer com Twitter e com muita pesquisa para três cursos diferentes e simultâneos. Nem Casa Claudia e Arquitetura e Construção se salvam...

sábado, 14 de novembro de 2009

Saudades...

... de Santos.
... de amigos.
... de família reunida.
... de ser criança.
... de vento em Campinas.
... de queijadinha.
... de andar na Lagoa.
... de subir morro de bicicleta
e de descer feito louca...
... de "namorar" Marcelo.
... de ter tempo de sentir saudade.
........
Em tempo: Marcelo C.M. era meu "namorado" da segunda até a sexta série.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Laicidade e cigarro?

Pesquisando, encontrei o texto abaixo. Achei interessantíssimo já que foi o primeiro (que vi) a não resumir a questão da laicidade ao tema religioso.

FUMAR OU NÃO FUMAR EM LOCAIS PÚBLICOS – «laicismo» e «laicidade» em situações de conflitualidade não confessional

Contrariamente à concepção que, com frequência – e tendenciosamente –, se pretende fazer passar para a opinião pública, o «laicismo» constitui um dos princípios racionais basilares que enformam o contrato social que deve organizar as nossas sociedades modernas e cosmopolitas, visando a que elas possam ser amplamente livres, abertas e inclusivas, ao invés das sociedades tradicionais que, assentando em modelos identitários (de matriz étnica, histórica, religiosa, territorial, etc.), tendem a valorizar a padronização e a assumir-se, assim, necessariamente, em moldes totalitários.

A «laicidade» – ou seja, o/s modo/s de aplicação do «laicismo» – visa, afinal, num gesto de tolerência racional, alargar, tão amplamente quanto possível, o universo das livres escolhas individuais no seio de uma sociedade e, assim, permitir a expressão da/s diversidade/s – religiosa, ideológica, étnica/cultural, filosófica, estética, etc. – precisamente aí, nesses domínios onde as sociedades de matriz tradicionalista, recusam aceitar sair da norma simples da replicação comportamental, norma essa que, tantas vezes confundida com o exercício de um poder democrático maioritário, mais não é, afinal, do que uma primaríssima aplicação de uma igualmente primária – natural e irracional – «lei do mais forte».

«Laicismo» e «laicidade», contrariando também o discurso (ainda) costumeiro entre nós, não têm portanto que ver, necessariamente e em exclusividade, com as questões potencialmente conflituais de cariz religioso ou confessional.

Serve este prelúdio para introduzir o texto que aqui se anexa e que se refere a um excelente exemplo de aplicação do «laicismo» – do princípio «laicista» – a uma situação muito usual e que em nada se relaciona com a questão religiosa: o acto, hoje ainda tão frequente de os fumadores de tabaco se permitirem – e de também lhes ser permitido – o fumar em espaços públicos.

Lembra-nos muito bem Richard Hinkel Jr., o autor do texto recentemente publicado no jornal «Público» [12/10/2006], que “A liberdade do indivíduo acaba onde colide com a do próximo” (…) “o fumador reclama para si a livre opção entre fumar e não fumar” contudo “têm [terão] a mesma liberdade de opção os não fumadores que se encontram perto?”

Perante o choque das duas «liberdades», perante o conflito entre a liberdade do fumador fumar e a liberdade de o não fumador não fumar, prevalece a solução de compromisso que, instituindo a interdição para o fumador de fumar na generalidade dos espaços públicos e remetendo o exercício da sua opção de fumar para um espaço reservado para esse efeito – um espaço «privado» do grupo dos fumadores –, menos afecta a ambos os interessados, permitindo, afinal, a expressão condicionada de ambas as possibilidades de escolha.

Dizia o Padre Lacordaire: “Entre o forte e o fraco, é a liberdade que oprime e a Lei que liberta”.

domingo, 18 de outubro de 2009

Quem não lhe conhece, que lhe compre

Infelizmente, muita gente ainda acha que está bem informado assistindo Jornal Nacional ou lendo Veja (pra ficar nos mais conhecidos). 
E eu já perdi a minha inspiração com o calor que está fazendo aqui em Mogi Mirim - mesmo após a chuva forte. Então é melhor eu só deixar esta dica, não só de leitura mas para ser acompanhada:
A mídia militante, segundo Manuel Castels,  no Blog do Luis Nassif.
Quem sabe outra hora eu consiga voltar ao assunto...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pecados capitais

Uma passadinha inocente no shopping, indo ao supermercado:
* dois brinquinhos básicos: R$ 22,80;
* uma caixinha de palha trançada e tingida: 12,90;
* dois croissants pequenos com recheio de goiabada: 340 calorias;
* um pão doce coberto de creme e coco com leite condensado: 180 calorias.
Os valores dos enfeitinhos estão melhores  do que os das guloseimas...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Em São Paulo

Casas do Chile
Mostra de projetos inovadores da arquitetura do país, apresentando novas tecnologias de construção.

Local: Museu da Casa Brasileira - Av. Faria Lima, 2.705 - Tel. (11) 3032-3727 - Jardim Paulistano - São Paulo
Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00
Gratuito aos domingos e feriados (acesso para pessoas com deficiência)
Visitas orientadas: (11) 3032-2564, agendamento@mcb.org.br
Até 18 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 18h

.
E ainda dá para passar no restaurante...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

De vez em quando acontece

Caros contatos queridos,
Caso vocês estejam sendo importunados por mensagens deste blog informando que postei algo novo, desculpem-me.
Andei mexendo em algumas configurações e, pelo jeito, vocês começaram a ser "atualizados".
Tenham calma que até este final de semana descobrirei como parar com isto.
Pardon. Je suis désolé.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ó, drama cruel!

Estou arrasada! O casamento de Kitty e Robert está por um fio. Tadinho dele... Que peninha dela... Que complicação! Ó, céus!
Mas, até o momento, ela não está tendo um caso extraconjugal, it's just an emotional affair...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tenho que estudar, trabalho para fazer, mas não resisto às múltiplas janelas e aí descubro coisas... e mais coisas... e mais coisas...
Esta é bem interessante e não vai atrapalhar/atrasar/dificultar a vida de ninguém.

sábado, 5 de setembro de 2009

Excesso de coisas para fazer

Preciso desacelerar! Não ando conseguindo fazer uma coisa de cada vez.
Esta semana tentei assistir um filme - assistir o filme. Quando dei por mim, já estava com uma revista na mão, folheando. Tirei de perto, apaguei a luz para evitar o livro ao lado, o bloco de anotações e a caneta... Um desconforto começou a rondar e um tempinho depois já estava eu planejando o cardápio semanal da escola e assistindo o filme.

Então, aqui estou eu fechando as janelas de pesquisa "séria", tentando ficar só com a música (na Sky, canal standarts e aqui goear), passando o tempo ajustando algumas configurações do blog, atualizando lista de contatos, descobrindo o twitter e curiosidades (!) como estas:

George Clooney - 1,80 m (ai, ai - não importa a altura...)
Brad Pitt - 1,80 m (até nisto estão juntos)
Tom Cavanagh - 1,83 (pela TV, achei que fosse mais alto...)
Josh Randal - 1,91 (lembrando da série, era mais alto que o Ed mesmo - e é 9 anos mais novo)
Sofia Coppola - 1,66 m (1 cm a mais que eu e um ano mais nova)
Bill Murray - 1,88 m (comparando com a Charlotte, é bem alto...)
Scarlett Johansson - 1,60 m (é, são 28 cm a menos... seria como eu e alguém com 1,93 m!)
..
......
Adoro Lost in translation (em nossas "traduções", Encontros e desencontros)!
Pena que não achei a última cena...

............................


Fase musical

domingo, 30 de agosto de 2009

Se eu fosse um livro eu seria...

Uma mistura de "Morte e vida severina", de João Cabral de Melo Neto, com "A paixão segundo GH", de Clarice Lispector.
Oh, céus!

Às vezes você tem uma séria vontade de estapear as pessoas, só para fazê-las acordarem e perceberem as injustiças deste mundo. Como podem viver em seus mundinhos banais, quando há quem passe fome e totalmente à margem de qualquer conforto ou assistência? Esta talvez seja a sua maior revolta. Por isso, você tenta fazer a sua parte. Talvez por meio de um trabalho voluntário, participando de movimentos populares ou somente se exaltando em rodas de amigos menos engajados. De qualquer maneira, você consegue de fato comover pessoas com seu discurso apaixonado e, ao mesmo tempo, baseado numa lógica de compaixão e igualdade que ninguém pode negar.Essa missão é mais do que cumprida pelo belo "Morte e vida severina" (1966), poema dramático escrito pelo pernambucano Melo Neto que se tornou símbolo para uma geração em conflito com as consequências sociais geradas pelo capitalismo selvagem.

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender. Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.

O teste saiu daqui.

sábado, 29 de agosto de 2009

Educação, política, informação

"O Brasil se comoveu, na semana passada, com duas meninas. Tainá Costa Alves, 8, levou um tiro, em São Paulo, que passou a três centímetros de seu coração. No Rio, Letícia Botelho teve menos sorte e foi assassinada no dia que completaria 13 anos -no momento do tiro, comprava o vestido para a sua festa de aniversário.Por coincidência, quase ao mesmo tempo em que as balas eram disparadas, as duas cidades anunciaram um projeto que serve como uma resposta para a barbárie.

Como se fossem uma única cidade, Rio e SP iniciaram, em conjunto, uma experiência em 126 de suas áreas infestadas de violência, cuja meta, ambiciosa, não é servir de referência só ao Brasil, mas ganhar escala planetária, de Mumbai à Cidade do México, passando por Joanesburgo, vítimas da insegurança.

As duas cidades foram escolhidas pelo Unicef para testar um modelo de gestão, batizado de "Plataforma dos Centros Urbanos", em que se integram todos os níveis de poder, focados em pequenas comunidades - uma unidade menor do que o bairro.Nesses focos, monta-se uma teia formada pelos governos federal, estadual e municipal, além de entidades não governamentais, Ministério Público, sindicatos, empresários, líderes religiosos, professores.

O que se pretende é fazer com que todos esses esforços resultem num modelo replicável em que se criem condições, nos lugares mais pobres, para o desenvolvimento das crianças e dos jovens e, aí, se trabalham de segurança e educação, passando por geração de renda, saúde e assistência social até drogas.

O centro da operação dessa plataforma urbana não é o poder oficial, mas a própria comunidade. Um de seus articuladores ganhou, na quinta-feira passada, destaque mundial. É a adolescente carioca Mayara Tavares que, durante o G8, na Itália, atraiu o olhar vivamente interessado do presidente Obama. Ela atua no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio. Onde vive, ela teria uma chance razoável de um destino semelhante ao de Tainá ou Letícia.

Não se sabe o que vai sair da experiência no Rio e em SP. Mas dirigentes do Unicef dizem que, se os resultados forem bons, o projeto deve se expandir pelo mundo, onde existe a combinação explosiva entre juventude e grandes cidades.Esse teste faz parte da descoberta do valor das pequenas coisas -e a semana passada foi mais um exemplo dessa descoberta.

Um encontro reuniu, na quarta-feira, em Brasília, 120 secretários de Educação, o que significa cerca de 40% das matrículas do país. Alguns deles compartilharam pequenas soluções que vêm realizando em seus municípios, muitas de baixo custo.Em Londrina, muitos clubes, por falta de sócios, estavam abandonados. Nem precisaram de grandes reformas para que os estudantes de escolas públicas pudessem usar esses espaços; em SP são implantados os clubes-escolas. Em Sorocaba, criou-se um programa de visita de médicos às escolas e rapidamente se melhorou a produtividade dos alunos.

Em Recife, começam a desenvolver planos para que as escolas municipais tenham sua gestão compartilhada com a sociedade. Belo Horizonte, Nova Iguaçu e Barueri implantaram os bairros educativos -um projeto tocado na favela de Heliópolis, a maior de São Paulo.

No Rio, mulheres são remuneradas para fazer a ponte das famílias com a escola. Lá, na Cidade de Deus, notabilizada pelo cineasta Fernando Meirelles, escolas têm agora um professor treinado especialmente para fazer o elo com a comunidade.Decidiu-se que esse tipo de professor será disseminado por toda a cidade no projeto "Escolas do Amanhã", focado nas regiões mais vulneráveis. Esse projeto se funde, na prática, como as "Plataformas dos Centros Urbanos", do Unicef.

Sempre houve pequenas e inventivas soluções. A diferença é que, agora, elas estão ganhando escala, passando a atingir não centenas nem milhares de pessoas, mas milhões -o Bolsa Escola começou como um projeto em Brasília e em Campinas, depois se expandiu pelo Brasil e virou o Bolsa Família.

Os secretários estavam reunidos em Brasília por causa de um programa batizado de "Mais Educação", em que se envolvem vários ministérios e prefeituras para aumentar a jornada escolar. A mais recente adesão foi a do Ministério da Defesa.Motivo: a abertura dos quartéis da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, onde existem quadras de esporte que podem ser abertas aos jovens.

O Ministério da Saúde está ampliando seu programa de família para os estudantes. O Ministério da Justiça se integra com seu programa de jovens nos territórios vulneráveis. O "Mais Educação" já está em 5.000 escolas. Mas a tendência é se expandir -mudanças na legislação permitem recursos para os municípios que implantem o tempo integral. A aula pode acontecer em qualquer lugar, dentro ou fora da escola. Por exemplo: na quadra de esporte de um quartel.

Por problemas burocráticos ou políticos, São Paulo não se credenciou para os recursos (R$ 70 mil por escola) destinados a aumentar a jornada escolar e jogou o dinheiro fora. Nesse tipo de desenvolvimento local, articulado por adolescentes como Mayara, está a melhor resposta para Tainá e Letícia.

PS - Vale a pena prestar muita atenção na experiência do Instituto Unibanco -é, mais uma vez, a prova das pequenas soluções que ficam grandes. Ele ajudou 250 escolas de ensino médio a melhorar sua gestão e as notas avançaram rapidamente.
Nesse momento, ele está ensinando os próprios alunos a serem mobilizadores comunitários.
"

Gilberto Dimenstein
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Quinta e sexta, participei da Conferência Intermunicipal de Educação, preparatória para a etapa estadual, que antecede a nacional - CONAE (Brasília, 2010). Fiquei no grupo que discutia o "Financiamento da Educação e Controle Social".
Precisamos evoluir muito, principalmente porque achamos que temos informação e conhecimento. Pensamos localmente apenas, desconhecemos a legislação (entre outras coisas), não conseguimos enxergar a educação dentro de um contexto maior e precisamos muito - muito!- estudar, ler, nos aperfeiçoar. E parar de reclamar!
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Aqui em Pouso Alegre, temos quatro escolas funcionando em tempo integral.
Um vereador de Itajubá, do PT (partido do prefeito daqui), presente na conferência de educação desconhecia totalmente o fato. Assim como ele, secretárias de educação e outros profissionais de cidades próximas nem desconfiavam que a "utopia" já era realidade. Precisei apresentá-lo ao diretor de uma das unidades corajosas que aceitaram o desafio - porque ainda é um desafio.
Precisamos melhorar a comunicação...

domingo, 23 de agosto de 2009

Precisava registrar

O melhor amigo do João Pedro, o Pedro, está aqui em casa e a chuva lá fora vai longe.
Sugeri que jogassem videogame, mas, na hora de ligar, somente um controle estava funcionando.
O pai corre para ajudar, a contragosto - diga-se de passagem -, e os dois só palpitando. Nada de funcionar e a conversa continua. Pergunta daqui, pergunta dali e, de repente...
_ Parem um pouco que vocês estão me deixando nervoso!!!
E agora a pérola dita pelo amiguinho:
_ É, criança é assim.
Tranquilo.

sábado, 22 de agosto de 2009

...porque a hermenêutica diatópica...


...a ética da convicção e a ética da responsabilidade podem...
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...a classe média quer privilégios e não direitos...
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E o sábado se foi. Quero mais!

sábado, 1 de agosto de 2009

Pois é, então...

Essa história de tecnologia vicia.
Internet onde você estiver, notebook, celular 10 mil em 1 - isto ficando só no básico.

Outro dia estava me lembrando de quando tinha 14 anos e fazia "curso de informática" - Basic I ! Numeração binária, fluxogramas, uma aula inteira para fazer uma bobeirinha e - agora o detalhe - gravar em fita cassete, processo que só poderia ser verificado na próxima aula porque demorava muuuuiiiiito. E hoje nós ficamos irritadíssimos quando o site demora alguns segundos a mais para abrir...

Mas, apesar de não sentir atração nenhuma pela aula (ao contrário do professor em mim), a idéia da tecnologia me agradava. Não a criação, que é o que se aprendia na época, mas as possibilidades.

A imagem me é tão vívida como se tivesse acontecido há pouco tempo: eu, sentada no sofá da sala "com perna de índio", fazendo tarefa em frente à televisão e pensando, pensando, pensando em como seria bom se eu tivesse um computador que pudesse estar em qualquer lugar a casa.

O que mais gostava de fazer era estudar (o que não mudou). A possibilidade de ter informações acessando uma máquina na sala de casa era o suprassumo. Ao invés do fichário da biblioteca, um fichário dentro do computador. Ao invés de ficar procurando em vários livros uma receita, uma lista de receitas na ordem que escolhesse e que se auto-organizasse com novas entradas.

Estou escrevendo 25 anos depois, João Pedro com 6 já domina o computador há tempos, estou no quarto com o notebook conectado em um aparelhinho que cabe em minha mão (e ela é pequena), digitando e assistindo "Os Thunderbirds" com o filhote que está em uma fase "naves".

Pois é, então...

domingo, 5 de julho de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Necessidade e potencialidade

"Pensar numa cidade já sedimentada é como procurar seu desenho escondido. É como, num velho desenho, apagar tudo o que está atrapalhando.

'Tendência não é destino' (René Dubos). O destino das cidades está em nossas mãos e pode ser continuamente realimentado, por aproximações sucessivas. É como se fôssemos dar um tiro. Mas um tiro cuja trajetória temos condições de acompanhar e corrigir a qualquer momento.

A cidade representa muito mais que uma integração de funções. Ela representa uma sedimentação. Essa sedimentação se refere ao modo de vida e aos valorestradicionais e culturais. A cidade nova precisa de sedimentação. Esse tempo de sedimentação lhe conferirá a ambientação necessária.

Pensar numa cidade já sedimentada é como procurar seu desenho escondido. Arqueologia estranha que vai revivendo antigas edificações, ruas, antigos pontos de encontro, dando novas funções a valores que nos eram caros. É como, num velho desenho, apagar tudo o que está atrapalhando. É como descobrir, num caleidoscópio, aquele desenho antigo que vai possibilitar o encontro. É como dar novo conteúdo a esse desenho, consolidando-o com o uso do solo e com a ossatura viária. Esses fatores, quando integrados numa só diretriz, definem a estrutura de crescimento de uma cidade.

Numa cidade ainda não sedimentada, o desenho - sua estrutura de crescimento - tem que ser criado. O vazio da cidade decorre da falta de continuidade. "O espaço visual é uniforme, contínuo e interligado." (Marshall McLuhan). A rua tradicional é linearmente definida. Sua variedade está naquilo que nela acontece.

No trato dos problemas urbanos, é importante atuar na causa e no efeito. Muitos entendem que não adianta cuidar das cidades enquanto as causas que estimulam cada vez mais a concentração dos grandes centros urbanos não forem resolvidas. Porém, enquanto as causas não forem solucionadas e os efeitos continuarem acontecendo nas cidades, alguma coisa tem que ser feita nesta transição. E rápido.

Existem duas maneiras de atuar: propor medidas para evitar que as causas continuem acontecendo; ajudar a resolver os problemas já existentes. Propomos uma estratégia de atuação que aproveite essa transição, na rapidez com que se compromete a estrutura de crescimento urbano, mesmo que os elementos que a compõem, como o transporte de massa, o uso do solo e a ossatura viária, não sejam definitivos.

Uma cidade só pode ser solucionada a partir do momento em que ela sabe o que quer, isto é, a partir do momento em que os responsáveis por ela saibam o que é fundamental para o seu futuro. Tudo é importante, mas o que é fundamental? Importante é o problema de qualquer pessoa, mas fundamental é o do grande número.

Importante é o buraco ou a valeta na frente da casa do cidadão, mas fundamental é o encaminhamento do problema de transporte de uma cidade.

Importante é o acesso para determinado bairro, fundamental é o sistema viário que representa, em essência, o esqueleto daquilo que a cidade quer ser.

Importante é a praça de determinado setor, mas fundamental é o aumento substancial do índice de áreas verdes na cidade.

Importante é a ajuda a determinados grupos e entidades necessitados, mas fundamental é promover a estrutura permanente de empregos.

Não vamos nos confundir com a escala, porque às vezes importante é colocar 10 mil pessoas numa inauguração, mas fundamental é reunir 200 pessoas numa atividade cultural.

Importante é o plano, fundamental é o planejamento, isto é, gente que se ocupe da cidade.

Importante é o longo prazo, fundamental é agora.

Na velocidade com que se desenvolvem as cidades brasileiras, qualquer plano que demore mais de dois anos para ser executado estará obsoleto. A pressa é amiga da perfeição. Vamos pensar no ideal e realizar o possível. Já.

Quebrando o raciocínio convencional, digo que devemos ter um certo compromisso com a imperfeição. Deixar coisas definitivas e irreversíveis é desdenhar da capacidade das novas gerações, é duvidar que elas estejam preparadas para participar de qualquer processo. É dimensionar ao máximo o problema e ao mínimo a capacidade das gerações futuras."

*********

Importante é aprender a pensar na escola, fundamental é repensar a escola.

sábado, 9 de maio de 2009

Há 20 anos...

... eu tinha 19 anos.
... fui morar "sozinha" em uma cidade diferente.
... estava no primeiro período da faculdade.
... Marcel Cheida era meu professor de Ética e Legislação.
... conheci uma professora lamentável, mas que continua professora até hoje.
... comecei a trabalhar na Prefeitura.
... conheci meu marido.
... eu pesava 49 quilos.
... minha cintura tinha 62 centímetros.
... eu descobri a rinite e a sinusite (minhas primeiras ites).
... conheci uma outra amiga Ana Paula.
... me decepcionei muito com as pessoas.
... conheci pessoas muito legais.
... conheci o Juninho (que ainda não conhecia a Vânia).
... conheci o Kakô e a Adriana (que não é a mesma com quem se casou).
... conheci o Índio e a Rose (que demoraram 20 anos para terem o Henrique).
... conheci o Gian (céus!), o Guto, o Maurício, o Melão, o Gargamel.
... usei muito shorts e regata.
... eu tinha uma visual bem próximo ao da Sally (Harry and Sally), só que morena.
... muitos almoços foram arroz, feijão, milho e ervilha em conserva.
... eu chorei muito.
... conheci uma amiga que há dois anos me fez chorar porque se foi.
... meu futuro distante era meus 30 anos.
... eu jamais imaginei que, após 20 anos, eu teria a vida que tenho. Nem de longe.
Mas uma coisa era certa: meu filho chamaria João Pedro. E assim é.

Sexta-feira

Entrada: 7h10
Saída: 20h10
Total: 13 horas
Carga horária semanal: 24 horas
De uma coisa ninguém pode me acusar: que trabalho por dinheiro...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Anda faltando poesia

Timidez
Cecília Meireles

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
e um dia me acabarei.

domingo, 19 de abril de 2009

E mais um feriado...

Três em menos de um mês é demais para mim. O pior é que eu tenho certeza que, passando o último, vou escutar:
_ Quando vai ser o próximo feriado?

********

Mas hoje é domingo, pé de cachimbo e estava a ler o caderno Cotidiano da Folha. Danuza Leão primeiro para ver se me interesso pelo assunto do dia e, depois, devagarinho para não estragar, Gilberto Dimenstein, que eu adoro de paixão. Quando eu crescer, quero ser "que nem" ele.

Mas o que quero comentar agora - porque já é muito tarde para minha pobre cabecinha continuar com assuntos muito sérios - é a crônica de Danuza, mais especificamente este trecho:

"Comecei falando de música, mas agora vou falar de amor. Será que as pessoas ainda se apaixonam, amam como amavam, pensavam no ser amado o tempo todo e fariam qualquer coisa -como diz "Hino ao Amor", de Piaf, renegariam sua pátria e seus amigos se lhe fosse pedido- pela pessoa que amassem? Vamos falar de coisas bem banais: deixariam de ir a um jogo de futebol, se isso lhes fosse implorado? De ir à praia? Dariam o último pastelzinho da travessa à pessoa amada? Será que o amor está acabando?
Há muito tempo não ouço ninguém me dizer que está morrendo de paixão, nem homem nem mulher. Os homens não são muito de confessar essas coisas, mas as mulheres estão preferindo ir a uma academia de ginástica a sair com um homem com más intenções. O que é uma pena. Porque não há nada melhor do que viver uma paixão, e se ela não der certo, sofrer muito por ela."


De vez em quando, me pego pensando nisto também, procurando algum sinal de que ainda haja esperança.
Infelizmente, já ouvi muito aquela história de que "imagina se vou deixar de fazer isto por ele/ela - por acaso ele/ela faria o mesmo? - não pode se entregar assim, senão eles/elas se aproveitam".
Talvez eu esteja no lugar errado (e cá entre nós, eu estou...) mas será que é vergonha hoje se apaixonar e se entregar ao sentimento?
Citando Danuza Leão, "será que as pessoas ainda têm uma dor de corno, daquelas de se enfiar na cama e nem querer saber se está chovendo ou fazendo sol? A julgar pelas músicas atuais, não."
Please, alguém me diga que não teremos que nos sujeitar ao amor da música dita sertaneja ou dos pagodes que reviram sambistas no túmulo. Please, please, please!!!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Quase uma heresia

"Santo Agostinho, um dos expoentes da Escolástica, sugere que façamos o que ele fazia todas as noites, antes de dormir: 'repassava mentalmente o que fizera durante dia, indagando como fora em palavras, pensamentos e atos'."

Acabei de ler isto e me lembrei de ter sugerido esse processo em uma conversa recente. 

_ Imagina! Pensar  em tudo que fiz! Eu quero mais é dormir!

Diante do avançado da hora, é melhor eu não comentar. Se é que preciso.

Assim disse Pitágoras

"Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos." 

Parece tão simples e deveria ser, principalmente para educadores. 
É aí que entram a falta de embasamento, a falta de reflexão, a falta de motivação, a falta ... a falta ... a falta ...
Como é possível continuar em uma profissão onde prevalece a falta? Continuar é aceitável?

E minha lista vai crescendo...

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias."

(Agora Pablo Neruda)
Para se ter idéias, é necessário pensar. E pensar exige três atividades racionais: conceituar, emitir juízos e raciocinar.
Achar não basta.

sábado, 4 de abril de 2009

O outono

Sono, muito. Queria escrever sobre minha estação preferida, mas mal consigo juntar as palavras.
Na TV, quase 200 canais e eu ligada no Shoptour por absoluta falta de algo que me agradasse.
Vou dormir e tomara que chegue logo a manhã.
Expectativa...