quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Enquanto continuarmos a pensar como aprendemos...



E de uma conversa no Facebook provocada por esta foto vem: "mundo onde reina o fácil acesso... a tudo" - respondendo ao "mundo onde reina a ignorância".

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o que esperar de um país onde só alguns frequentavam escola até pouco tempo atrás, qual o resultado disto?

onde uma educadora fala, sem vergonha nenhuma, que a escola estadual onde estudou está ruim porque agora entra qualquer um. ela se considera elite - elite de quê deveria ser perguntado.

antes não tinha disto ou antes não tínhamos acesso a essas informações?

hoje computador e internet atingem a todos indiscriminadamente - quem sabe usar e quem não sabe, quem tem discernimento e quem não tem, e essa divisão não é a mesma que separa os mais ricos dos mais pobres ou os mais letrados dos menos.

estamos mais expostos do que imaginamos, e a maioria não imagina nada.

não sou hacker nem expert em informática e tecnologia, mas sei detalhes da vida de pessoas que nunca encontrei pessoalmente. fico imaginando o que conseguiria se meu interesse não se limitasse à curiosidade sobre os limites na internet.

PENSAMENTOS SOLTOS SURGIDOS À NOITE, COM SONO, QUANDO TENTAVA SATISFAZER O LADO DIREITO DO CÉREBRO...

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Aprendemos a pensar em um mundo. E ele já não existe mais.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Então é Natal

O repórter diz que ela acha que fazer a ceia em casa é perda de tempo. Então entra a entrevista: "Prefiro comprar pronta; a vida está muito corrida e não dá tempo."
Não ter tempo é uma coisa, considerar perda de tempo outra.
Atenção, é preciso atenção dos dois lados da TV.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Então

Your rainbow is slightly shaded green.

 
 
 
 
 
 
 

What is says about you: You are an intelligent person. You feel strong ties to nature and your mood changes with its cycles. Those around you admire your fresh outlook and vitality.

Find the colors of your rainbow at spacefem.com.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Oh, vida cruel e subdesenvolvida! - again


Qualidade, autonomia, cidadão crítico, desenvolvimento global, integralidade - algumas das muitas palavras associadas à educação e que algumas escolas, basicamente  as particulares, adoram colocar em seus discursos de palavras e frases bonitas e enfeitadas, com entonações fortes, carregadas de intenção... de venda.

Hoje pela manhã estava relendo trechos de dois livros só para me lembrar que não sou eu  a louca - a desfaçatez é tanta  que dá até para se questionar, pois c hega ao ponto de ser inacreditável.
Ambos não são recentes mas permanecem atuais: "Cinco Estudos de Educação Moral", organizado por Lino de Macedo, com textos, entre outros, de Jean Piaget e Yves de La Taille, e "Medo e Ousadia - o cotidiano do professor", de Paulo Freire e Ira Shor.

Enquanto isso, a apostila (cara) diz que peixe-boi é um peixe e os índios brasileiros foram dizimados por causa das doenças trazidas pelos portugueses.A informação pode estar certa, mas vale menos se não for registrada como "resposta completa". O trabalho "que vale nota" foi respondido de maneira correta, mas como os desenhos - ursinhos, meros enfeites - não foram pintados, terá pontos descontados.
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"Para que a vida humana não se torne lúgubre e enfadonha é importante compreender que há coisas cujo valor independe da utilidade. O que for útil porque é um meio para algo mais, e se o algo mais, por sua vez, não for meramente um meio, deve ser valorizado por si mesmo, pois de outro modo a utilidade será ilusória."
(Bertrand Russell)

Foi assim


Dezembro de 2010 registrado por João Pedro.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Viver aprendendo, aprender vivendo

(Também perdido em Rascunhos, aguardando há uma ano ser finalizado.)

Finalmente assisto "Peter Drucker: uma jornada intelectual", gravado da ManagementTV em ... 26 de novembro do ano passado!!! (procurando na Sky, descobri que será reprisado neste domingo, 12/9, às 18h00).


"Eu nunca vejo nada no futuro. Eu não acredito nele. Eu olho pela janela. Procuro coisas que já aconteceram mas que ainda não tiveram consequências e ainda não foram percebidas."

"Se o conhecimento é a entidade chave, a força dinâmica que decidirá se um negócio fracassará ou não, que decidirá se a sociedade fracassará ou não, então a educação deve ser a atividade social central. A educação não só como uma questão escolar, mas como um aprendizado durante a vida inteira, continuar aprendendo. O Peter (Druker) foi um dos primeiros a falar disso como uma necessidade social."

(Jack Beatty, biógrafo de Drucker, em relação a ideia do livro "A era da descontinuidade" e posteriores, também de análise social, onde o autor explorou os requisitos de uma economia do conhecimento)

Leituras a comentar

(ao menos era o desejo)

"Por um marco regulatório para as ONGs" - Ivo Lesbaupin (Tendências/Debates - Folha)
"Hora da retirada" e "Respeito ao pedestre" (Editoriais - Folha)
"Mudanças" - Danuza Leão (Folha)
"Rua de Porto Alegre ganha fama de 'mais bonita do mundo'" - (Folha)
"Média nacional do Enem 2010 sobe 2%" - (Folha)
"O que é unidade?" - Marcelo Gleiser (Folha)
"Vitória final será daquele que aliar força à melhor história" - Joseph S. Nie Jr. (Análise - Folha)
"Quatro poemas encontrados no livro de memórias de Brigitte Bardot" - (Imaginação - Folha)

E a charge de Angeli, "Politicamente correto".

Na verdade, os comentários todos já foram escritos... mentalmente, já que na situação em que me encontrava nesta última semana a única coisa que conseguia/era capaz de/era possível fazer era usar o controle remoto. Ou seja - e lá vem Poliana -, liberei espaço de gravação na Sky assistindo todos os filmes que aguardavam serem vistos, fato este que também gerou comentários mentais e conversas comigo mesma.

As últimas três palavras me colocaram em estado de alerta. Com excesso de conversas comigo mesma é como estava antes de iniciar este blog há quatro anos, até que o inusitado me resgatou - e, como Poliana sempre ataca, teve um lado muito bom.
Porém, o resgate é pontual. E toda a adrenalina que ele pode gerar, acaba tão logo você é colocada de volta em seu ambiente.

Ser viciado em adrenalina vira trabalho para uns, loucura para outros.
Evitar ser necessário o resgate é bom senso para muitos.

Isso vai render muita conversa. Ainda bem que estou disponível para ouvir...


domingo, 19 de junho de 2011

Frio dá vontade de comer


E aqui tem um kibe muito bom!

Lembro que na escola tinha fases de lanche. Uma delas foi de kibe com Sprite, outra de salsicha empanada com Taí.
Ah! Tinha o docinho antes subir a escadaria: casquinha de sorvete recheada de doce de leite.

Estou tão saudosista ultimamente...


Inventando moda

viva
ponto
floral_dfrt

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O frio e as m-m-m-mã-mãos

Por alguns instantes, as mãos rejuvenescem.
A cor da pele fica uniforme e até os tortinhos dos dedos parecem desaparecer. As unhas se sobressaem.
O nome desse milagre? Nenhum produto utilizando a última tecnologia em alguma coisa.
O nome disto é: frio congelante da água da torneira da pia da cozinha.
Efeito colateral: dor em todos os ossinhos - falanges, falanginhas e falangetas -, paralisia momentânea e rigidez nas juntas.
Mas a mão fica lindinha, 20 anos mais nova!

Comentários que se seguiram à postagem:

* "Ou é o frio roubando a atenção que ia para os defeitinhos."

* "Ai como mulher é boba, sofre prá ter segundos de prazer .............ou seria a lei da compensação, ou a eterna sombra de Poliana, sempre querendo achar o lado bom das coisas (confesso que não sabia o lado bom de lavar louça, vou prestar mais atenção........) bjos"

Well, well, well...
Só sei que se depender de lavar louça na água gelada para ficar com a mão um pouco mais bonitinha, ela pode ficar parecendo mão de bruxinha.

Quanto à Poliana, vira e mexe dou de cara com ela!
Não tinha percebido que achei um "lado bom"!
Li o livro na sétima série, ou seja, aos 12 anos. Foi leitura de uma tarde. Adorei.
Analisando hoje, percebo o quanto influenciou meu pensamento. Na verdade, influencia, já que cito o "ver o lado bom das coisas" com uma frequencia inacreditável, pensando bem...
Mas acabo de lembrar de algo que não gostei: não tenho a menor ideia sobre que fim teve meu querido livro...
Mas a capa está intacta na minha memória. E a história, me parece, na minha vida.


domingo, 8 de maio de 2011

Cores

Québec


Devo ter vivido uma vida muito feliz em algum lugar com estas referências...
Adoro os tijolinhos, as muitas janelas. As cores das folhas.

sábado, 16 de abril de 2011

Visualizando

Sono + necessidade de parar tudo = texto estranho no dia seguinte parado nos rascunhos por erro ao clicar nos botões.

Sentir a água sobre meus pés, gelada se espalhando e levando a areia em que piso. Devagarinho afundar e esperar. A água gelada sobre meus pés.

Sentir a brisa que vai, fresca acaricinado meu rosto e deixando a ausência de um beijo. Sozinha suspirar e esperar. A brisa fresca que vai.

sábado, 2 de abril de 2011

E João Pedro pensa

- Mãe, já entendi o castigo de ficar sem televisão e Wii no final de semana. Fiquei sem hoje e amanhã eu posso...
- Não senhor! O castigo é no final de semana inteiro.
- Então, mãe! Amanhã é domingo, começa outra semana, não pode ser final!

Com lógica ou sem lógica, o castigo permanece.
Céus! O que me espera na adolescência...

(E para combinar, o blog resolveu que não quer aceitar parágrafo - está juntando tudo em uma linha. Lá vou eu para o html...)

sábado, 26 de março de 2011

sábado, 12 de março de 2011

Relembrando...

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade

Que falta São Paulo faz!

Sábado à tarde. Voltinha com filhão enquanto aguardo o horário para tirar mais uns dedinhos de cachinhos. Que tal um lanchinho?
Que infeliz ideia...
Uma quadra, uma loja com brinquedos, outra quadra, uma sapataria, uma paradinha na esquina, mais uma quadra, outra loja mais brinquedos... O tempo passou, sim. Porém a intenção era sentar em um local minimamente agradável, Coca geladinha, salgadinho saboroso, um pão de queijo que fosse e um suco de laranja.

Adoro o pastel da pastelaria dos chineses não chineses, mas quem conhece o espaço entende que não era opção. Opção é a palavra chave aqui. Muitas lanchonetes, pouca opção.

Enquanto isso em São Paulo Universo Paralelo, euzinha comia um quibe de-li-ci-o-so, filhão duas esfirras abertas de calabresa, a uma quadra do apartamento da minha mãe, apreciando as muitas árvores poucos carros e adorava ca-da pe-da-ci-nho!

terça-feira, 1 de março de 2011

Hello everybody!

Fevereiro acabou. Reencontrei velhas amigas - de poucos anos e de algumas décadas. Trabalhei muito, apesar de ainda não ver resultados - ainda, assim espero. Ri pouco, sorri muito, chorei demais, gritei absurdamente.

Se não soubesse exatamente quem e como sou, pessoas estariam me deixando maluca. Afinal, de insuportável a "madre teresa de calcutá" em uma só vida já seria difícil, ao mesmo tempo então...

Também ganhei elogios por ser Juliette Binoche... Ooops, não sou. Mas tudo bem - de alguma forma conseguiram imaginar que eu poderia ficar tão bela quanto e isto já é mais do que eu mereço.

Que venham as águas de março fechar o verão com promessas de vida para o meu coração!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

E aí?

O que fazer quando quem é responsável por manter a lei é o autor de um ato irresponsável no trânsito?
Policial civil inventa um segunda pista para ultrapassar em um cruzamento - se ele continuasse na tal pista iria direto para o canteiro central -, depois de ouvir a buzina de reclamação, retruca como se o errado fosse quem fez certo, encosta o carro mais a frente para xingar mais um pouco.
E aí?
Aí dá vontade de estar naqueles seriados onde a pessoa volta o tempo, muda o carro para algo como... um tanque, bem na hora da besteira ser feita.

Eu sei, eu sei, um tanto quanto radical. Mas por isso penso nestas séries. Fica só no pensamento. Quem lembra de Ally McBeal?


www.differentials.com/aboutvehicles.html

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Saudade de um blog?

Não sei se alguém já passou por essa experiência, a de ler uma mensagem via internet e ter a impressão de que está ouvindo a pessoa falar. Diferente de quando a gente imagina alguém com quem se comunica virtualmente, existem pessoas - na verdade, duas até hoje... - que me fazem ou, no caso a que vou me referir, fizeram ler "ouvindo".

A Marcela é uma delas. Ela escrevia o blog Desiderata, que eu não me lembro agora como descobri. Às vezes eu fazia um pequeno comentário por lá e da mesma forma ela em meu blog.

Inteligente, dedicada, atenciosa e educada.

No dia 29 de junho de 2008, ela deu a grande notícia: fora aprovada no concurso do Rio Branco e iria ser uma diplomata. Fiquei super feliz e parecia que a conhecia mesmo.

Mas como era de se esperar, ela parou de escrever. E ficou a saudade.

Coloquei aqui embaixo a última postagem do blog e a antepenúltima (inversamente), quando ela estava na expectativa pelo resultado das provas que acabara de fazer. Tomara que a felicidade que transmitiu ainda esteja com ela.

"Estranho… após um ano de estudo frenético, eu finalmente parei. E bateu uma síndrome de abstinência. O concurso do Itamaraty acabou no último fim de semana. Foram 26 horas de prova. Quase 50 páginas redigidas. Duas línguas estrangeiras e cinco matérias diferentes. Eu não descansei. Desde aquele fatídico dia de junho do ano passado, eu não descansei. Dediquei-me com afinco ao que mais quero nessa vida. Hoje, apesar de aliviada, estou super ansiosa. Trilhei o caminho com muito cuidado… espero que seja suficiente para agradar a banca do Instituto Rio Branco. Ai, ai, ai… espero que esse fim seja apenas o começo de uma nova vida."
Desiderata, 10/06/2008

"No dia 25 de junho, comemorei três anos de casada e recebi (pelo orkut, rsrsrs!) a notícia mais importante da minha vida: a de que eu estava matematicamente aprovada no concurso do Rio Branco. A lista oficial só sai no dia 16 de julho. A minha nota, contudo, garantiu a minha pré aprovação. Eu gritei, chorei, corri pelos corredores do prédio e abracei a empregada da vizinha. Estava sozinha em casa. Liguei para todas as pessoas mais importantes da minha vida e com elas chorei mais uma vez. Olhei para o céu e pensei: Caraca, eu serei uma diplomata. Esse não era o meu sonho de criança e eu não passei anos esperando por esse momento. Esse foi um sonho recente, chegou de repente. E foi trazido pelas mãos do Marco, meu companheiro, aquele que torceu, sofreu, penou e esperou ao meu lado por essa realização. São tantas pessoas que fizeram parte dessa trajetória. Tantas, mesmo! O meu marido, contudo, foi muito forte. Aguentou todas as horas de estudo, a bagunça da casa, as noites sem jantar, as saídas canceladas, os livros pelo chão, os choros imprevisíveis, o nervoso contínuo, os parcos sorrisos e as noites mal-dormidas. Foi ele que ficou ao meu lado durante esse ano, torcendo e sonhando. É a ele que eu devo agradecer primeiro. Então, Marco, mais uma vez te agradeço por fazer da minha vida uma vida mais fácil, mais alegre e mais bonita. Esse sonho também foi seu e a realização também é sua. Te amo muito!!!"
Desiderata, 29/06/2008


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mais ideias de João Pedro

- Mãe, posso fazer uma loja na garagem de casa?
- Para vender o quê?
- Ah, brinquedos, coisas que a gente não usa mais, coisas não tecnológicas que eu vou fazer para as pessoas brincarem quando chover e não tiver TV nem nada para fazer...

Entendeu, gente?

Momento de agir!
O Ás de Paus como arcano de aconselhamento para este momento de sua vida vem sugerir a necessidade de se atirar nas coisas com mais entusiasmo, sem medos, imprimindo tesão em tudo o que se faz, Ana. Você dispõe de imenso potencial criativo e está num momento excepcional para fazer valer as idéias que saltarão de sua mente e coração. Cuidado apenas para, no entusiasmo, não terminar “queimando” as pessoas ao seu redor. Temos, muitas vezes, idéias brilhantes e “vemos” as coisas de uma maneira que ninguém mais viu. Ficamos irritados quando os outros não acompanham a perfeição de nossa visão ou a clareza que tivemos a respeito de um projeto ou idéias. E é aí que mora o perigo, Ana: de nada adianta você ter uma ótima idéia, se não souber ter paciência para explicá-la.

Conselho: Atire-se! Mas tome cuidado para não ferir ninguém!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Coisas de João Pedro

(Depois de ficar de castigo)
- Você é muito má! É a mãe mais má do mundo! Não: do universo!

********

- Mamãe, você é muito bonitinha!
- É? Eu sou?
- É, de verdade. E é a pessoa que eu mais amo no universo!

********

- Gostou do meu vestido novo? (na verdade, era uma regata comprida que até daria para ser vestido - na praia...)
- É... bonito... (o olhar começou em cima e logo foi para baixo)
Com um jeitinho todo especial, que vem com uma franzidinha no olho e um sorrisinho de leve, já conhecido, continua:
- Só que cuidado com o vento, tá? Porque se ventar, olha... (e dá uma dobrada na barra para cima) Viu? Aí aparece um pouquinho aqui... É melhor você ficar dentro de casa. Mas eu permito você usar, tá?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Alguém do bem

Fazia faculdade, primeiro ano. Trabalhava como agente administrativa no Departamento de Esportes da Prefeitura. Um evento em prol da duplicação da Rodovia Fernão Dias precisava de recepcionista para as autoridades que chegariam no aeroporto. Chefe foi me buscar e lá fui em pânico, sem saber o que fazer, sem saber o que falar com as "autoridades". O ano era 89.

Políticos de peso compareceram. Indicava o caminho, as pessoas, o café e eles passavam com aquele olhar que mostrava o quanto estavam interessados em estar ali rodeados de pessoas que, na maioria, nunca tinham visto. Na saleta onde se encontravam e aguardavam informações dos assessores, qualquer esforço em parecerem um pouco preocupados com qualquer coisa que fosse sumia já que o acesso era restrito.

Mas chega mais um avião. Pouco alvoroço em volta de quem apareceu no portão de entrada. Quem esperava para fazer aquela média com políticos não identificou o que chegava - ele estava sem terno, com camisa e jaqueta esporte. Mas eu sabia quem era e fui informar as autoridades locais que Magalhães Teixeira* estava entrando. Ao contrário de todos os outros que já haviam chegado - e dos que chegariam em seguida - , me cumprimentou e pediu atualização sobre o evento e mais detalhes. Já sabia que ele era diferente, mas naquele momento tive a certeza de que era bom.

Lembrando disto agora, percebo que a sensação que ele me transmitiu (e que fui aprendendo a decifrar com o tempo) foi o que me fez interessar pela política mesmo sem saber. O que percebi/senti ouvindo as poucas palavras que trocamos é que boas pessoas existem na política e que a política pode estar bem próxima das "pessoas comuns". As "autoridades", bem, que fiquem entre elas.

* Magalhães Teixeira foi prefeito de Campinas
por dois mandatos (1983 a 1988 e 1993 a 1996)
e eleito deputado federal (1990 a 1992) com
a maior votação da cidade. Em 1994, lançou
o Programa de Renda Minima, destinado a famílias
abaixo da linha de pobreza que cumprissem
algumas condições, como manter os filhos na escola
com bom desempenho e aceitar receber visitas
da assistência social. Também implantou um
canal de comunicação entre a população e
a prefeitura através de uma linha telefônia exclusiva
para este fim. Foi um dos fundadores do PSDB.
Morreu em 1996 devido a um câncer no fígado.

Lula "morreu" então agora vamos elogiar

Ontem não assisti a posse da Dilma. Dei uma paradinha no Band News e no Globo News no momento em que ela entrava pelo corredor lotadérrimo mas não dei conta de ouvir a narração da caminhada (e é nesse momento que penso, como jornalista, que bom não estar nesse terrível papel de locutora de cada passo).

Sendo sincera, algo mais me incomodou: o Sarney, que parecia não se conter em andar atrás da presidenta e de seu vice - e não se conteve em certo momento, aproveitando uma brecha maior que o Temer deu, se distanciando ligeiramente da Dilma e abrindo passagem para a ultrapassagem um pouco antes da curva. Foi a hora de deixar para trás o momento histórico e voltar para The Brothers Bloom - muito bom, por sinal (será que é mais um filme perigoso para a minha lista de favoritos perigosos?).

Rota corrigida, voltando à Brasília, a posse já foi, assim como o Lula (há controvérsia, mas...), agora é Dilma (com sua filha Paaauuula - bonito nome...).

(ando cheia de parênteses e reticências, não?)

De volta à pista (percebo um excesso de referências à corridas que devem ter origem em um dos presentes de Natal de João Pedro), Lula não é mais presidente e, de repente, alguns colunistas perceberam o quão bom presidente ele foi! Vejam só! E ainda há pessoas que lêem jornal para se informar! Oh! Oh! E oh!