sábado, 6 de novembro de 2010

Acesso é direito

Tendo em vista alguns acontecimentos recentes, fui pesquisar e encontrei esta publicação da Unesco, que trata da liberdade de informação, ou como vem sendo tratada, direito à informação.
Abaixo, um trecho básico:

PRINCÍPIO 5. PROCEDIMENTOS QUE FACILITEM O ACESSO
Os pedidos de informação devem ser processados com rapidez e justiça, com a possibilidade de um exame independente em caso de recusa.

Na prática, a garantia efetiva do direito à informação requer não apenas a divulgação proativa por parte dos órgãos públicos (a obrigação de publicação), mas também a solicitação e o recebimento por qualquer pessoa de quaisquer informações em poder dos órgãos públicos, sujeito às exceções. Isso, por sua vez, exige que sejam criados procedimentos claros a serem seguidos pelos órgãos, para processar pedidos de informação.

(...) Os Padrões da ONU defendem a exigência de que os órgãos públicos “instaurem sistemas abertos e acessíveis a fim de assegurar o direito da população de receber informações”, fazendo referência específica, a este respeito, à necessidade de “limites de tempo rigorosos para o processamento de pedidos de informação”, e o fornecimento de notificação de eventuais recusas para proporcionar acesso que inclua “motivos concretos, por escrito, para a(s) recusa(s)”. A Declaração Conjunta dos mandatários especiais sugere que os procedimentos “sejam simples, rápidos e gratuitos ou de baixo custo”.

A Recomendação do CdE contém, de longe, o maior detalhamento sobre processos, estipulando uma série de padrões específicos, inclusive os seguintes:
• os pedidos devem ser tratados por quaisquer órgãos públicos que detenham as informações, de forma igualitária e com o mínimo de formalidade;
• os solicitantes não devem ter de justificar seus pedidos;
• os pedidos devem ser atendidos prontamente e dentro de limites de tempo definidos;
• deve-se oferecer assistência “na maior medida possível”;
• quaisquer recusas de acesso devem ser justificadas; e
• os solicitantes devem receber acesso na forma de sua preferência, seja pela consulta ao registro ou fornecimento de uma cópia (Princípios V-VII).
(...)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mais é bom demais

Participação especial de Ana Cristina no blog com esta sugestão ótima:

Horário do Fim

morre-se nada
quando chega a vez
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos
morre-se tudo
quando não é o justo momento
e não é nunca
esse momento


(Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas")

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Entregue pelo sono

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

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Como diria João Pedro: coisa estranha!
Só tenho postado em dias terminados em 3: 13 de outubro, 23 de outubro, 3 de novembro...
Será que só volto no dia 13?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Chermel sedebit *

Adoro ler, desde que comecei aos quatro anos. Aos cinco, em casa, já havia completado a cartilha Caminho Suave sem esforço. O dia em que completei seis anos foi meu primeiro dia de escola e neste momento eu já lia com facilidade o que me apresentassem. Fui transferida para uma sala mais adiantada e mesmo assim continuava adiantada. Ajudava a professora a corrigir e ensinar quem não acompanhava - metade da sala era minha, metade era dela. Às vésperas de completar nove anos, ganhei de Natal seis livros - que felicidade! Três dias depois, tive que começar a relê-los (e estava em férias na casa de minha avó, em Santos - praia de manhã e no fim da tarde). Comecei a ler enciclopédias na falta de livros novos - adorava Medicina e Saúde em seus cinco volumes. Na minha adolescência (bem diferente da adolescência nos dias atuais) li livros que não fizeram o menor sentido na época, mas fui até o final sem nunca deixar um título pela metade - Dom Casmurro, Inocência, O Cortiço, O Grande Gatsby, Nasce uma estrela, O americano tranquilo, O morro dos ventos uivantes, A sangue frio, O sol também se levanta, Mas não se matam cavalos? - um a cada quinze dias, no máximo um mês.

Adoro ler.

Adoro ler mas odeio estar adorando a leitura e...
E nada. E ninguém. Solidão.
Mas esta é outra história.

Adoro ler.

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Bibliografias são a minha perdição.
Acabo de descobrir o Sermão da Sexagésima, de Pe. Antonio Vieira. Lendo, me pergunto como não li antes.

(continua... algum dia)


* campo fértil, em latim

O tempo, a monografia, a noite, a poesia

E por vezes

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

David Mourão Ferreira

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O relógio

Para-me um tempo por dentro
Passa-me um tempo por fora

O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.
Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.

Ari dos Santos

domingo, 19 de setembro de 2010

Criminal Minds também é cultura...

"Estes estranhos prazeres têm fins violentos."
William Shakeapeare

"Aquele que não pune a maldade apóia sua ação."
Leonardo da Vinci

"Os monstros são reais e o fantasmas também são reais. Eles vivem dentro de nós e, às vezes, eles ganham."
Stephen King

"Os homens estão mais dispostos a pagar um prejuízo do que um benefício porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer."
Tacitus

Duas páginas, dois momentos de indignação

Folha de São Paulo, Cotidiano

Crime e reparação: em 2006, mãe foi acusada de matar a filha de de 16 meses, saindo presa do hospital no instante em que soube da morte, ficou 37 dias na cadeia onde foi espancada, perdeu a audição e a visão do lado direito, move ação contra o Estado, mas até o momento nada de indenização ou qualquer medida de "reparação". Os profissionais envolvidos - equipe médica, delegados, policiais - continuam no mesmo lugar.

Casarão da Paulista teve tombamento cancelado: após anos de impasse, casarão histórico que foi demolido após desabamento (detalhe: intencional!) definitivamente vai ficar no passado já que foi autorizada a construção de uma torre e um shopping no local, o que causará mais problemas ao tráfego na região. O tombamento foi oficialmente cancelado (!) - havia dúvida sobre a relevância para a cultura paulistana (!), afinal, o que a família Matarazzo tem de relevante?! - e todos os registros do antigo imóvel foram excluídos pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico. Para "reparar" os possíveis efeitos - deveria ser estragos - causados, a construtora terá que gastar 1% do valor da obra em melhorias para o trânsito, como alargar um trecho de rua que circula a área (mais espaço para os carros, que saindo dali vão para ruas não alargadas; menos espaço na calçada, já que carro é mais importante que pedestre - óbvio!).

sábado, 11 de setembro de 2010

Indignação em rascunho

"Quem não entende um olhar jamais entenderá uma longa explicação."
(provérbio árabe)

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O que fazer quando professores não conseguem reconhecer Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana? Ou melhor, não conseguem reconhecer o que não é!
Não sou nenhuma especialista, mas há características claras.
Daqui há pouco estarão atribuindo textos melosos de pseudo-auto-ajuda a João Cabral de Melo Neto!
E coitadinho de Shakespeare: reencarnou, perdeu todo seu talento e ganhou muita pieguice.

sábado, 28 de agosto de 2010

to a friend

Pesquisando para uma monografia, encontrei isto:

"Há algo nos seres humanos que não se encontra surgido há milhões de anos no processo evolutivo quando emergiram os mamíferos, dentro de cuja espécie nos inscrevemos: o sentimento, a capacidade de emocionar-se, de envolver-se, de afetar e de sentir-se afetado.
(...)
Só nós humanos podemos sentar-nos à mesa com o amigo frustrado, colocar-lhe a mão no ombro, tomar com ele um copo de cerveja e trazer-lhe consolação e esperança. Construir o mundo a partir de laços afetivos. Esses laços tornam as pessoas e as situações preciosas, portadoras de valor. Preocupamo-nos com elas. Tomamos tempo para dedicar-nos a elas. Sentimos responsabilidade pelo laço que cresceu entre nós e os outros. A categoria cuidado recolhe todo esse modo de ser. Mostra como funcionamos enquanto seres humanos .
(...)
Esse sentimento profundo, repetimos, se chama cuidado. Somente aquilo que passou por uma emoção, que evocou um sentimento profundo e provocou cuidado em nós, deixa marcas indeléveis e permanece definitivamente.
(...) 'A mente racional' - conclui Golemnan - 'leva um ou dois momentos mais para registrar e reagir do que a mente emocional, o primeiro impulso... é do coração, não da cabeça'.
(...)
Um psicanalista atento ao drama da civilização moderna como o norte-americano Rollo May podia comentar: 'Nossa situação é a seguinte: na atual confusão de episódios racionalistas e técnicos perdemos de vista e nos despreocupamos do ser humano; precisamos agora voltar humildemente ao simples cuidado... é o mito do cuidado – e creio, muitas vezes, somente ele – que nos permite resistir ao cinismo e à apatia que são as doenças psicológicas do nosso tempo.'"

Do texto "Ética do humano", de Leonardo Boff

domingo, 22 de agosto de 2010

Um pouco de Miguel Torga

Confiança

O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que não se prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
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Nasci subversivo.
A começar por mim - meu principal motivo
de insatisfação.

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Sobre:

"Sempre em oposição com o poder constituído, pelo que o poder representa de afastamento do humano que lhe serve de suporte. "

"É mais sensível a uma ética do que a uma ideologia, mais (...) fraterno que disciplinadamente correligionário. "

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Diálogo entre pai e filho II

- Pai, sabe uma loja onde tem escrito megacircle?
- Ahn...
- Acho que é lá que compra a roupa do tae kwon do. Sabe por quê? Eu vi um menino com uma roupa que tava escrito megacircle...

É. Isso não se avalia na escola.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O que o sono não faz...

Por que será que à noite tudo parece fazer sentido?
Será que, assim como ilumina o dia, o sol clareia os pensamentos?

sábado, 17 de julho de 2010

Saber demais cansa

Filhote em férias na casa da vovó (saudades após um dia...). Acordo após uma semana cansativa e uma sexta de trabalho das 7h30 às 20h00, com meia hora de almoço. Café da manhã e pão com Nutella sem culpa.
Muito a fazer mas aproveito o silêncio - coisa rara por aqui - para algo que há muito tempo não consigo: sentar e ler o jornal. O hábito atrapalha um pouco (tempo, tempo, tempo!) então manchetes, leads e olhar rápido à procura da informação que despertou interesse, satisfação ou frustração com o conteúdo e não os fatos, Cotidiano e Ilustrada para ler com mais calma.

Liquidação na Isabela Capeto, "museu como 'geladeira'", Mônica Bergamo e gente que não me interessa."É dramático parecer o que não se deve" - clic, voltar para ler depois. Uh! Lauryn Hill no feriado de 7 de setembro! Uhn. Trabalho na segunda e tem Bon Jovi depois... Não vamos dar conta. Quem mandou! Crueldade do homem, escritor português - voltar depois. Crítica/Ensaio – clic. "Editor é segundo cérebro de um texto", necessidade ética, banalidade a internet - clic, clic. Oh! Ti Ti Ti! Victor Valentim e Jacques Leclair! Boas lembranças - essa eu até queria assistir (ausência do hábito brasileiro há mais de 10 anos). Exposição no Masp - interessante, verificar. Drauzio Varella - por último. Quadrinhos - faz tempo! Paródia, Dilma, YouTube - começando por aqui.

Não demora muito e lá estou, de novo, juntando assuntos díspares e questionando o que há por trás das informações, dos fatos e descobrindo relações que gostaria de não saber. Ou melhor, gostaria que não existisse, já que a ignorância não se encaixa neste projeto inacabado, mas que evolui a contento, chamado EU.

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Estudante de publicidade de 25 anos planeja em detalhes um vídeo viral. Tá. Pró-Dilma! A ideia era fazer as pessoas falarem mais de política. Ah, tá!
Por que suspeitar que há algo mais? Ele mora em Rio Verde, Goiás - não tenho a menor noção de onde fica. Não é São Paulo, Rio... Que pensamento ridículo e preconceituoso!
Isso não é bom. Sem diminuir Goiás, a suspeita aumenta!

Hoje em dia fazer algo como o que ele fez não é anormal,pelo contrário. Se até briga entre mulher e amante do marido é hit na internet e vira assunto de discussão no cotidiano... (para variar, precisei pedir para que me explicassem do que se tratava após ouvir vários comentários). Mas precisava ser campanha política! Deve ser isto - política atrai desconfiança. Será???

Odeio ficar sem uma conclusão!!!

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Marido interrompe a leitura para contar que o controle de medicamentos não serve apenas à Anvisa. As empresas controlam quem está receitando e quanto - e os publicistas se degladiam por isto já que o peso na avaliação do trabalho é grande.
Pensando assim, tem lógica eu pensar que medicamento controlado é um grande negócio para os médicos.

Pronto. Lá vem conspiração!

No último mês participei de dois problemas graves com pessoas próximas causados pela irresponsabilidade dos médicos na prescrição de medicamento "tarja preta". Não é um completo absurdo questionar em que medida a política de controle das empresas, da própria Anvisa - sei lá! -interfere na quantidade e facilidade em se ver receituários azuis
hoje em dia.

Começar a duvidar ainda mais de médicos é um problema. E é melhor eu parar por aqui porque lembrei da república de alunos de Medicina em frente de casa, as várias ligações para a polícia, o nível de educação e caráter dos vários que já passaram por lá e eu só quero um sábado de descanso.

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Será que já inventaram um remédio para síndrome do super herói? Ou seria mais acertado dizer: será que já inventaram a síndrome do super herói para receitarem um remédio - controlado - para ela?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Oito dedos

Maybe more...
Isto é quanto a tesoura deixou cair de cachinhos da moça prendada para casar.

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Li em algum lugar que mudança é uma variação de uma situação externa e que transição é uma reorientação psicológica interna. Para se chegar na primeira, tem que se passar pela segunda que, ao contrário de nosso padrão de ciclo de vida, começa por um fim e termina com um recomeço. No meio, uma fase neutra.

Um especialista em processos de mudanças em organizações afirma que podemos ter duas reações diante da novidade:
* Resposta negativa, que começa com a imobilização, seguida da negação, da raiva, da depressão, da barganha, do teste e da aceitação;
* Resposta positiva, cujo ciclo é otimismo desinformado, pessimismo informado, realismo esperançoso, desistência ou não e conclusão.

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"Todos os processos humanos de criação de ordem são também, mesmo que involuntariamente, criadores de desordem. Essa mesma força produtiva que aliviou o homem medieval das privações do reino da necessidade, gerou sociedades nas quais o sentido de vida tornou-se voltado à acumulação da riqueza por si própria. No início do século XX, um em cada dois habitantes do planeta era pobre ou miserável;hoje, já são três em cada quatro, e até meados do século XXI prevê-se que serão sete em cada oito, isto por mais que a humanidade se torne capaz de cada vez produzir mais riqueza. O fluxo permanente de auto-reorganização por meio da desordem produz, de fato, ordem - mas também novas desordens.

A teoria do caos ressalta que pouco adianta tentar dirigir uma organização sob condições instáveis; nessas, , ao contrário, o que prevalece é a auto-organização. Traçando um paralelo entre a realidade das Organizações e nós, seres humanos, a regra é praticamente a mesma. As pessoas, em sua maioria, buscam viver vidas estáveis, satisfazendo-se em executar sempre as mesmas atividades no mesmo emprego, em preservar seus patamares de poder aquisitivo (padrões de consumo), em repetir a cada final de semana as mesmas atividades de lazer, em esperar que as relações afetivas sejam eternamente estáveis etc.. Em geral, o resultado é a frustração de uma estabilidade "assegurada", porém vazia, ou o desespero diante da instabilidade que não pôde ser evitada.
Se abrirmos mão da idéia de que qualquer ordem em nossa vida tenha necessariamente que ser racionalmente construída ou planejada, poderemos alcançar uma atitude mais positiva em relação à desordem e à instabilidade inerentes à nossa existência,, e perceber o quanto tal atitude poderia ser enriquecedora e nos trazer mais felicidade. Utilizando a teoria do Caos, a vida é um apelo natural da ordem em meio à desordem.

Veja os versos de Fernando Pessoa: Navegar é preciso, viver não é preciso.O sentido da palavra "preciso" não é a partir do verbo precisar (necessitar), mas do substantivo precisão (exatidão). Vejamos: Navegar é exato, viver não é exato. "

Fonte: Gestão da mudança, Caos e complexidade nas organizações - Rubem Bauery"

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Ideias não faltam. E sono também não... Incongruência.
Boa noite.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Diálogo entre pai e filho

- João Pedro, sabia que o presidente da Natura é candidato à vice?
-Ah! Então ele vai largar o emprego?
- É... ou vai deixar para o filho...
- A menos que ele seja criança, né!

domingo, 4 de julho de 2010

Blog em crise ...

Crise de identidade.
Coitadinho... Sofre por conta da dona, que insiste em ignorar que não é a multimulher e que o dia não tem 30 horas - nem tampouco 36! Não sabe se casa ou se compra uma bicicleta, ou melhor: casou, comprou uma bicicleta e auxilia pessoas em dúvida sobre o assunto, também prestando assessoria após a decisão (usar tábua corrida na sala ou grama no jardim, fazer tatuagem ou comer brigadeiro, entre outros impasses de grande seriedade). Atualmente, expert em dúvidas do tipo: o que fazer com chuchus e beterrabas ou como diagnosticar o nível de loucura de um médico.
E assim 2010 chegou à metade.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Isso vicia?

"Quando a vítima exibe sinais de alívio ou alegria após ter sido ajudada, a pessoa que ajudou pode sentir alegria empática. Uma vez tendo experienciado alegria empática, a pessoa pode sentir-se motivada a ajudar novamente de modo a sentir a alegria empática outra vez. Essa auto-recompensa inerente na empatia não é um processo consciente e pode ter sido um fator adaptativo."

domingo, 9 de maio de 2010

Aparências e nada mais

Matéria do Estadão:
"(...) como ela consegue esse corpo escultural após três meses do parto de seu primeiro filho?

É lógico que, hoje em dia, ninguém mais se ilude sobre o fato de que a propaganda retoca a imagem. Ou seja, o tal do “photoshop” melhora as condições físicas da mulher fotografada. Mas, mesmo assim, o questionamento será inevitável. Afinal, ela está deslumbrante."

Deslumbrante? Tudo bem. Photoshop? Tudo bem. Corpo escultural? OK, ela nunca foi de muitas curvas. Continua a mesma Gisele Bündchen, continua vendendo, continua top.
Problemas. Continua a mesma? Não, agora ela é mãe de um bebê de três meses. Qual o custo deste corpo escultural para seu lindo Benjamin?
Não só ela como várias atrizes são elogiadas pela mídia durante e após a gravidez por manterem um corpo "invejável" até mesmo para quem não passou por nove meses de mudanças.
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Somos orientadas pelos médicos a amamentar no mínimo até os seis meses de vida do bebê. Os estudos e pesquisas são claros ao mostrar os benefícios tanto do leite materno, quanto do contato entre mãe e filho durante a amamentação.
É verdade que muitas mães não conseguem, apesar de quererem, essa "continuação" da gravidez. Também é verdade que outras não engordam - eu mesma ganhei apenas nove quilos. Porém, é algo que acontece naturalmente.
Não esquecendo que cada ser humano é um indivíduo, único, um corpo - um conjunto - que funciona de maneira exclusiva em cada um de nós.

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Ontem, em aula, o professor perguntou a nós - a maioria mulheres - se sabíamos que a gravidez humana deveria durar mais de nove meses. Alvoroço.
A explicação é que no início da espécie, a posição de nosso corpo se assemelhava a de quadrúpedes e, portanto, o peso da barriga e a gravidade não afetavam a coluna. A partir do momento que passamos à posição ereta, a adaptação da espécie diminuiu o período de gestação interna até o ponto em que nossa coluna suportasse sem maiores danos.
Assim, os bebês passaram a nascer sem que suas estruturas estivessem completamente formadas, exigindo um período de "gestação externa", onde o bebê precisa da mãe em vários sentidos para se completar.

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Penso, então, no efeito dos elogios da mídia às mulheres que, grávidas ou com  recém-nascidos, estão com corpos que "nem parecem" que estão ou estiveram com um bebê em gestação.
Chegam a dar os parabéns pela "recuperação" do corpo, mas não chegam perto de saber sobre os filhos.
E assim, nós, mulheres "normais" temos que conviver com a imagem do corpo perfeito até depois da gravidez! Assim, muitas mulheres sem a capacidade de questionar o que veem ou leem, ao invés de focarem em uma gravidez "interna e externa" saudável, pensam em seu corpo e não nas necessidades do bebê.
Algo que me incomoda há tempos. O elogio pode vir, mas antes poderia um questionamento. Porém, em um mundo onde a imagem fala - e vende - mais, o que importa são as aparências e não o nascimento de um filho, mais uma vida gerada, o amor em forma de gente.

sábado, 8 de maio de 2010

A Class Divided

Algo a ser assistido, refletido, comentado, discutido.



Essa é só a primeira parte.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

uma parte de mim

Ana Paula Pereira, Maria Cristina Grandin, Patrícia Nogueira Santos, Kathleen Zarins, Paula Renata Riggio Tambaschia, Adolfo de Moraes Barros Júnior, Marcelo Campos Mendes, Caio César Novaes Augusto, Reinaldo Millani, Valquíria Harumi Honda, Sâmia Regina Godoy, Beatriz César, Yolani, Fabiana, Gustavo, Patrick, Mari, Camila, Carolina, Milton Sanches, Maria Teresa Sossai Sanches, Milton, Alfredo Zarins, Rosemeire Lana, Isabella, Simone, Wagner Moreno da Silva, Fátima, Francisco Piza, Elizabeth, Denise, Anisha Hansrod, Ana Paula, Patrícia, Sergio Andres Valtierra Yuraszeck, Patricio Alejandro Valtierra Yuraszeck, Rafael, Carla, Adriana, Andréa, Simone, Aderbal, Osvaldo, Luciana, Lizandra, Ana Letícia, Renato, Nelson, Cristina, Sheila, Débora, Patrícia Paes Leme Paioli, Rosemary Zago, André, Rogério, Sérgio Grandin, Celso Grandin, Alberto, Vera Lúcia,

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Típica

Mãe é mãe.
João Pedro está de castigo, sem desenho. Para passar o tempo, ele resolveu ler.
Ler o dicionário!

sábado, 17 de abril de 2010

Que noite!



Depois de chamar mais atenção que a noiva (mamãe modesta...), João Pedro divertiu-se muito no casamento do titio. Queria saber onde consegue tanta energia, sem comer - corre, corre, pula, corre, dança, corre...


Genética

Filhote na sala, assistindo TV e conversando com o papai:
- Quantos anos precisa ter para fazer um programa?
- Como assim?
- Quantos anos a gente precisa ter para fazer uma propaganda?
- Depende...
- Ahn... Eu queira fazer só um propaganda, só isso. Não, quantos anos pra poder fazer um programa que fala de carro?

É meu filho e sobrinho do tio Júnior mesmo!

domingo, 4 de abril de 2010

Nível de sutileza

Andei fazendo umas pequenas alterações no visual do blog...
Perceberam?

sábado, 27 de março de 2010

Notas que explicam

"Demasiadamente tarde, conheci a boa consciência, no trabalho alternado das imagens e dos conceitos, duas boas consciências, que seria a do pleno dia e a que aceita o lado noturno da alma".
Bachelard

De passagem

"Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança. Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar. Chorei porque daqui em diante chorarei menos. Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela."
Anaïs Nin

sexta-feira, 26 de março de 2010

Filosofia na noite

“Uma vez que nasceu esse deus – o amor –, do amor às coisas belas seguiram-se toda a classe de bens, tanto para os deuses como para os homens” 
("Banquete", Platão)


O cansaço e o sono que surgem avassaladores me impedem de elaborar qualquer raciocínio  que exija um mínimo de lógica. Provavelmente, se continuar pensando em tudo o que tenho urgência em fazer, vou conseguir algumas ótimas soluções - mas também virá muita coisa que deveria continuar só no mundo do pensamento... ou que, se colocada "no papel", não dará o entendimento correto.
Portanto, encerro aqui antes que seja tarde demais.

domingo, 7 de março de 2010

"A vida é bela"

Assistindo Oprah, ouço a história de um famoso crítico de cinema, Roger Ebert, que, após enfrentar um câncer e perder a mandíbula, as glândulas salivares, a possibilidade de  falar e comer, continua trabalhando e feliz.
Com o rosto deformado pelas inúmeras cirurgias, se recusa a passar por outra apenas para reconstrui-lo. Ele escreve:
"Creio que, se no final de tudo, de acordo com nossas habilidades, fizemos algo para deixar os outros um pouco mais felizes e a nós mesmos também, isso é o melhor que podíamos ter feito.
Fazer os outros menos felizes é um crime. Deixar nós mesmos infelizes é o começo de todos os crimes. Devemos contribuir com felicidade para o mundo. Isso é verdade, independentemente dos nossos problemas, nossa saúde, nossa situação. Temos que tentar.
Eu nem sempre soube disso, mas fico feliz de ter vivido o bastante para descobrir."

Aceitar-se é básico, mas nem um pouco atual. 
Sempre acontece de pessoas se assustarem ao saber da diferença em meu pé e minha perna - agora pernas. Assustam-se porque - não sei como - me conhecem há algum tempo e não tinham percebido.
Dizem que é por eu não agir como se o "problema" fosse um problema.  E realmente para mim não é. É sério quando digo que nem lembro. Talvez seja por não fazer diferença em nenhuma atividade da minha vida - só não posso comprar um sapato porque gostei na vitrine, mas pessoas com pés normais também não, então...
Nunca deixei de usar saias, mini-saias, shorts, sandálias abertas ou qualquer outro tipo de sapato que expusesse meu pé ou minha perna. 
Eu ando. Quero mais o quê?

Há cerca de três meses soube que uma pessoa que trabalha comigo não usava saia ou sandália aberta porque tinha tido paralisia infantil e feito uma operação que deixou uma cicatriz que começava próximo ao calcanhar e subia em direção ao joelho. E ela só me contou porque eu estava mostrando o meu "problema". Aquilo foi, durante toda sua vida, que é um pouco mais longa que a minha, um real problema.
Voltando das férias agora em janeiro, ela me contou que já tinha comprado duas sandálias e duas saias e que eu a veria usando - e vejo. 
Não me lembro de alguma vez ter reclamado ou me sentido injustiçada ou ter tido qualquer outro sentimento ruim por ter nascido assim. E, pensando bem, acho que devo agradecer.

Dia de Sofia

É o seguinte: preciso de opiniões. Opiniões sobre o filme "As invasões bárbaras" vindas de pessoas que apenas assistiram - ou vão assistir para dar sua preciosa opinião... 
E a essas caríssimas pessoas caridosas que ainda não assistiram, já aviso: dêem uma chance ao título.

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E já que é dia de Oscar:
"Quase deuses" (Something the lord made), de Joseph Sargent; "Adeus, Lênin!" (Good Bye, Lenin!), de Wolfganger Becker;
"O jardineiro fiel" (The constant gardener), de Fernando Meirelles;


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"Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu acto mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje!" 
(Friedrich Nietzsche)

E para não fugir ao que se tornou rotina, poesia e um dedinho de música, ou melhor, letra sem música.

Quem me dera / Ao menos uma vez / Entender como um só Deus / Ao mesmo tempo é três / E esse mesmo Deus / Foi morto por vocês / É só maldade então / Deixar um Deus tão triste.

"Desde que me cansei de procurar,
aprendi a encontrar;
Desde que o vento começou a soprar-me na face,
velejo com todos os ventos."

(Nietzsche)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Totalmente sem tempo

E louca para as águas de março fecharem o verão e deixarem uma promessa de vida no meu coração.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Ouvindo Sky Standards

Ins.pi.ra.ção

E para quem gosta de Vinícius, o site.

Soneto de inspiração

Não te amo como uma criança, nem
Como um homem e nem como um mendigo
Amo-te como se ama todo o bem
Que o grande mal da vida traz consigo.

Não é nem pela calma que me vem
De amar, nem pela glória do perigo
Que me vem de te amar, que te amo; digo
Antes que por te amar não sou ninguém.

Amo-te pelo que és, pequena e doce
Pela infinita inércia que me trouxe
A culpa é de te amar – soubesse eu ver

Através da tua carne defendida
Que sou triste demais para esta vida
E que és pura demais para sofrer.



Vinicius de Moraes, em 1938

Surgiu...

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento"


Como já disse por aqui antes, é colocar os dedinhos no teclado e o poema surge. Sei lá, entende?
E já que comecei, mais um pequenininho:


"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo."


Vinícius de Moraes 

Uol na madrugada...

"Prisão de Arruda vira atração no domingo de Carnaval"
"Homens invadem casa de Silvio Santos em São Paulo; veículo é roubado"
"Jogador dá cotovelada criminosa na Copa da Inglaterra"
"O ciúme que você sente é saudável ou preocupante?"
"Quando acaba a brincadeira e o jogo fica sério"
Juarez de Castro: novo CD do padre-cantor"
"Entenda o que é a compulsão por sexo, que afeta 2% dos brasileiros"
"BBB pode ser fonte de ensinamentos úteis aos telespectadores" (!!!???!!!)
"Condenado à morte mais velho dos EUA morre de causas naturais"
"Em Tiradentes, axé é proibido e blocos animam as ruas"
"Madonna tenta desfilar durante apresentação da Imperatriz e causa tumulto"


E na foto, Dilma-de-cabelo-enrolado carrega no colo Mercy, a filha de Madonna...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Hummm...

Acabei de ganhar um "eu te amo" e um beijo gelado.
Meu filhote é assim, melhor que a encomenda.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Recomeçando com poesia

Letreiro
Porque não sei mentir,
Não vos engano:
Nasci subversivo.
A começar por mim - meu principal motivo
De insatisfação -,
Diante  de qualquer adoração,
Ajuízo.
Não me sei conformar.
E saio, antes de entrar,
De cada paraíso.
Miguel Torga

Quando eu crescer...

... quero ser igual ao Gilberto Dimenstein.
Mas brincadeira à parte (não, é verdade!), o artigo abaixo resume parte do que venho pensando e pesquisando. 
As soluções imediatistas, a falta de valores - ou de valores do bem, a mídia e a realidade, a incompetência da família e da escola diante do mundo que se apresenta  e a importância da filosofia na vida cotidiana são questões urgentes. E, diante deste quadro, acredito que pais e instituições de ensino são os atores principais, cujos papéis precisam ser assumidos ontem
Como? Ainda não tenho uma resposta que me satisfaça - e talvez nunca encontre. Porém, o simples fato de iniciarmos uma discussão com e entre os dois elementos é um passo na direção correta. 

Mulheres insustentáveis

O parlamento espanhol aprovou, na semana passada, lei que proíbe publicidade, na TV, com exaltações ao "culto do corpo" -a proibição vale das 6h às 22h, destinada, supostamente, a proteger crianças e adolescentes. A decisão radical dos espanhóis coincide com o mês no Brasil em que os desfiles de moda no Rio e em São Paulo colocam ainda mais alto no pedestal seres esqueléticos, apresentados como padrão máximo de beleza.

O argumento que sensibilizou os parlamentares espanhóis: "a publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física". Esse tipo de argumento sensibiliza também políticos da França, onde tramita uma lei determinando que todos os anúncios com mulheres e homens retocados tenham uma advertência sobre a falsidade da fotografia. O culto à magreza seria colocado, portanto, no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e a bebida.

Considere-se ou não papel do poder público meter-se nesse tipo de publicidade, o fato é que se espalha pelo mundo, inclusive no Brasil, uma reação contra as mulheres insustentáveis, cujos corpos só se mantêm (salvo questões genéticas) na base da faca e consumo insalubre de alimentos.

Sempre houve, na história da humanidade, padrões de beleza. O problema é que, agora, juntaram-se à cultura das celebridades, o culto do narcisismo, a visão cada vez mais imediatista dos jovens e as óbvias questões de saúde para alcançar determinado tipo de padrão de beleza, tudo isso embalado pela publicidade.

A cultura da celebridade é visível nos meios de comunicação, onde as entrevistas de modelos, repletas de asneiras e banalidades, ganham destaque.

Isso se traduz, por exemplo, nos casos cada vez mais frequentes de anorexia e bulimia que chegam aos consultórios médicos. Ou nas cirurgias plásticas feitas por crianças e adolescentes, quase todas por motivos estéticos, em sua maioria lipoaspiração. Somos um dos países campeões do mundo em cirurgia plástica: proporcionalmente estamos empatados com os americanos.

O último dado disponível: das 650 mil cirurgias realizadas no país, 15% são feitas em crianças e adolescentes. Psicólogos me informam que, muitas vezes, há estímulo paterno.

Uma pesquisadora de Harvard (Susan Linn) publicou recentemente estudo mostrando a relação entre excesso de publicidade e distúrbios alimentares (da obesidade à anorexia) entre crianças e adolescentes americanas -ela também mostrou a relação entre marketing e sexo precoce.

Sou dos que defendem que a publicidade deve ser responsável e fiscalizada pela sociedade -e, em certos casos, limitada. O perigo é imaginar que limitar a publicidade ajuda muito. O exemplo do pai exagerando na bebida é muito mais poderoso para o filho do que todos os anúncios.

Há um consenso entre psicólogos e educadores de que a doença das mulheres insustentáveis é um problema de educação de valores.

Todos sabem que a adolescência é uma fase de desconforto, na qual se testam, como em nenhum outro período, limites e frustrações, em meio a crises de baixa autoestima. Também todos sabem que vivemos uma época da busca imediata do prazer, tudo tem de ser em tempo real, num estímulo constante ao consumo.

A psicóloga Rosely Sayão lembra que, nesse contexto, são reverenciadas, por causa do imediatismo, as drogas legais e ilegais. Muito mais rápido do que fazer terapia é empanturrar-se de alguma pílula contra ansiedade. A tristeza é medicalizada, como se não fizesse parte do cotidiano -é como se devêssemos sempre parecer algum personagem sorridente de revista de celebridades ou parte de um anúncio, com a família feliz, de caldo de galinha.

Entrar na faca é bem mais rápido do que mudar a alimentação ou ficar malhando. Psicólogos alertam que o problema é bem mais fundo do que a necessidade de malhar ou controlar a alimentação -e aí entra a necessidade de educação de valores, uma das preocupações das escolas mais sérias.

Educação de valores significa discutir o que significa beleza e aprender a relativizar a estética -afinal, beleza pode ser simplesmente a pessoa se conhecer e se gostar. Em síntese, sentir-se bem, apesar das limitações e imperfeições.

É bem mais fácil e rápido (e menos eficiente) tirar do ar a publicidade das anoréxicas profissionais do que manter, nas escolas, na família e nos meios de comunicação, um debate sobre o que é essencial na existência.

Mas o fato é que, para muitos, mulheres insustentáveis são feias.

PS - As escolas deveriam aproveitar a obrigatoriedade do ensino de filosofia (o que considero um avanço) para discutir esse tipo de assunto. Seria uma encantadora aula mostrar a evolução do corpo desde os tempos gregos. Se Marilyn Monroe fosse procurar emprego hoje, certamente alguém a mandaria se internar no spa.
Gilberto Dimenstein 

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Oh, drama!

Se fosse uma manchete sensacionalista, talvez ficasse assim: "Sabonete da Natura provoca lesão".
Durante o banho, pensei nisto de brincadeira após o sabonete cair sobre meu pé. Quinze minutos depois, o dedo estava doendo e quando olhei ... não é que havia ficado roxo!
A vítima                                                     O agressor


* Duas horas e meia depois, o que era uma área arroxeada é um roxo roooxo. Sabonete com dupla utilidade - também é uma arma perigosa. Acho que vou começar a carregar um dentro da bolsa...