quinta-feira, 15 de julho de 2010

Oito dedos

Maybe more...
Isto é quanto a tesoura deixou cair de cachinhos da moça prendada para casar.

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Li em algum lugar que mudança é uma variação de uma situação externa e que transição é uma reorientação psicológica interna. Para se chegar na primeira, tem que se passar pela segunda que, ao contrário de nosso padrão de ciclo de vida, começa por um fim e termina com um recomeço. No meio, uma fase neutra.

Um especialista em processos de mudanças em organizações afirma que podemos ter duas reações diante da novidade:
* Resposta negativa, que começa com a imobilização, seguida da negação, da raiva, da depressão, da barganha, do teste e da aceitação;
* Resposta positiva, cujo ciclo é otimismo desinformado, pessimismo informado, realismo esperançoso, desistência ou não e conclusão.

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"Todos os processos humanos de criação de ordem são também, mesmo que involuntariamente, criadores de desordem. Essa mesma força produtiva que aliviou o homem medieval das privações do reino da necessidade, gerou sociedades nas quais o sentido de vida tornou-se voltado à acumulação da riqueza por si própria. No início do século XX, um em cada dois habitantes do planeta era pobre ou miserável;hoje, já são três em cada quatro, e até meados do século XXI prevê-se que serão sete em cada oito, isto por mais que a humanidade se torne capaz de cada vez produzir mais riqueza. O fluxo permanente de auto-reorganização por meio da desordem produz, de fato, ordem - mas também novas desordens.

A teoria do caos ressalta que pouco adianta tentar dirigir uma organização sob condições instáveis; nessas, , ao contrário, o que prevalece é a auto-organização. Traçando um paralelo entre a realidade das Organizações e nós, seres humanos, a regra é praticamente a mesma. As pessoas, em sua maioria, buscam viver vidas estáveis, satisfazendo-se em executar sempre as mesmas atividades no mesmo emprego, em preservar seus patamares de poder aquisitivo (padrões de consumo), em repetir a cada final de semana as mesmas atividades de lazer, em esperar que as relações afetivas sejam eternamente estáveis etc.. Em geral, o resultado é a frustração de uma estabilidade "assegurada", porém vazia, ou o desespero diante da instabilidade que não pôde ser evitada.
Se abrirmos mão da idéia de que qualquer ordem em nossa vida tenha necessariamente que ser racionalmente construída ou planejada, poderemos alcançar uma atitude mais positiva em relação à desordem e à instabilidade inerentes à nossa existência,, e perceber o quanto tal atitude poderia ser enriquecedora e nos trazer mais felicidade. Utilizando a teoria do Caos, a vida é um apelo natural da ordem em meio à desordem.

Veja os versos de Fernando Pessoa: Navegar é preciso, viver não é preciso.O sentido da palavra "preciso" não é a partir do verbo precisar (necessitar), mas do substantivo precisão (exatidão). Vejamos: Navegar é exato, viver não é exato. "

Fonte: Gestão da mudança, Caos e complexidade nas organizações - Rubem Bauery"

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Ideias não faltam. E sono também não... Incongruência.
Boa noite.