domingo, 20 de abril de 2008

Aniversários!!!

Dia 15 este blog completou um ano. Não houve festa, nem velinha, nem tempo para dar uma passadinha rápida.
Foi um ano de surpresas agradáveis graças a ele. Encontrei pessoas interessantíssimas, pude acompanhar assuntos deliciosos e outros nem tanto, pude ouvir e ser ouvida.
Teorizar sobre blogs e esse mundo cibernético não é minha intenção (apesar do assunto me dar aquela coceirinha de querer saber mais, entender, discutir...). O que gostaria de compartilhar com quem passar por aqui é que, de uma forma estranha, através do blog voltei a me sentir conectada ao mundo.
Este, com certeza, será um tópico para os meus momentos "analisando, avaliando, pensando a vida". Se chegar a alguma conclusão interessante, excetuando as óbvias, comento aqui para alguém dar palpite ...

*****

Por falar em aniversário, dia 17 fiz Bodas de Cristal. Quinze anos de casamento, 19 juntos - metade da minha vida.
Não pude fazer festa porque, infelizmente, não tenho cristaleira em casa ...

I love working.

"(Sidney) Lumet, o diretor, tem 83 anos.
Olha só o que ele disse numa entrevista: "I love working. If I find a script I want to do, I'm delighted about it. Then as soon as I finish, it's 'where's the next one?" (Eu adoro trabalhar. Se eu encontro um script que eu quero fazer, eu me sinto contente. Então, assim que eu o termino, eu me pergunto, cadê o próximo?). " *

Tudo bem que nem todos têm a possibilidade de exercer uma atividade que ame de paixão, mas odiar o trabalho eu acho demais.
Claro que não estou pensando em pessoas que têm que se sujeitar a um determinado trabalho por absoluta necessidade. Levando ao extremo, ninguém resolve tirar seu sustento do lixão.
O que eu não consigo aceitar é alguém passar grande parte de seu tempo detestando o que está fazendo, fazer mal feito, não aceitar a responsabilidade pelo resultado e, pior que tudo, passar a vida assim, sem fazer nada para mudar a situação.
Lógico que essas pessoas sempre apresentam desculpas, algumas até quase colam, mas aí eu penso: será que nada podia ser feito mesmo?

Acredito que toda mudança é possível. Em graus diferentes, mas é possível. E depende unicamente de cada um.
Essa afirmação me parece óbvia, porém conheço indivíduos que insistem em botar a culpa pelo seu fracasso - porque nesse caso é fracasso - em alguém, no Governo, na situação familiar, no papagaio, no periquito ...
Convivo com pessoas que contam os dias para a aposentadoria. Isso me apavora por inúmeros motivos, mas deveria apavorar mais a elas.
Eu não consigo me imaginar não produzindo nada. Eu me sinto responsável pelo mundo em que vivo, portanto tenho que contribuir de todas as formas possíveis e uma delas é o meu trabalho, seja qual for. Não é uma coisa pensada como acabei de explicar, não é planejado. É um sentimento, algo que eu simplesmente sei (como diria João Pedro: quando eu era bebê, já sabia).
Em minha ingenuidade (ainda restou alguma, apesar de pessoas com quem convivi e situações pelas quais passei), às vezes penso que algumas crenças são básicas. Aí vem a realidade e me assusta com declarações absurdas, apresentadas sem vergonha nenhuma e que mostram uma total falta de compromisso com tudo e todos.

Espero e peço a Deus que eu chegue aos 83 anos e possa dizer: I love working.


* Tirei o trechinho acima do blog Fatimando na Austrália, postagem sobre o filme "Before the devil knows you're dead".

sábado, 5 de abril de 2008

Coisas de mãe

Achei, assim à toa, viajando pelos blogs: Amélias ao avesso.

João Pedro, quando começou a falar, gostava de assistir "Metanag".
Agora ele fala: "Mãããããe! Começou American Idol!"

É, toda mãe é igual.

Oh, vida cruel e subdesenvolvida! 2

Quarta-feira à noite, voltando para casa a pé, olho o semáforo vermelho, o de pedestre marcando 24 segundos (preciso de 9 para atravessar). Como de costume, olho se vem vindo algum veículo, vejo uma moto há uns 50 metros, um carro logo atrás e dou o primeiro passo na faixa de segurança. No segundo, algo me fez olhar novamente para o lado dos veículos e adivinha? A moto estava em movimento sobre a faixa de segurança, o rapaz olhando na direção da outra rua (onde o sinal estava verde!), não me viu e quando olhou para frente lá estava eu colocando a mão no farol da moto.
Será que eu estar ao lado da catedral explica o anjinho da guarda estar tão de prontidão?
O estranho é que tudo aconteceu em milésimos de segundo e mesmo assim deu para perceber tudo e ainda por cima resolver o que fazer. E ficar muuuiiito brava com o rapaz!
Se eu não olhasse, se ele estivesse um tiquinho mais rápido, se eu não pensasse rápido ... Ainda bem que o "se" não vale nada. "Se" valesse, agora eu poderia até estar escrevendo aqui, mas não estaria conseguindo andar - na melhor das hipóteses.

Será que é querer demais que quem está na direção respeite o básico?!

... sou um grão de areia.

Você pode estudar muito, ter muita experiência com crianças, ter vários filhos, se preparar com profissionais ou o que for, mas quando o seu filho de 5 anos, chorando lhe diz "Eu não quero existir" não vai haver conhecimento no mundo que lhe diga o que fazer.
Nessa hora a razão não existe, nada existe. Ou melhor, existe um mundo gigantesco e você uma coisinha ínfima, sem poder nenhum, diante do que há de mais importante na sua vida.
Tudo isso porque ele descobriu as múmias, na semana seguinte trouxe um esqueleto em papel da escola e soube da morte do pai de uma pessoa conhecida. Como não se contenta com explicações básicas, muito menos aquelas "para crianças", a situação complicou.

Há algum tempo quis saber o que era furacão. Depois, terremoto. Quando expliquei, disse que eu não deveria ter falado para ele, que não queria ter sabido nada daquilo.
É, às vezes crescer dói. O mundo cor-de-rosa vai sendo salpicado de negro. O desafio é mostrar que viver é bom, apesar das pedras no caminho.
O desafio da existência: superar o sofrimento.
.....

Estava pensando no assunto acima e começou a tocar Pais e filhos na Sky. Na faculdade, fizemos uma monografia sobre o rock brasileiro com a análise desta música. Já era interessante há 18 anos, agora, com experiência nos dois lados da música, mais interessante ainda.
.....

Quando fui procurar a música no You tube, achei isto:
João Pedro Bonfá e Marcelo Bonfá
O meu João Pedro tem esse nome por causa do João Pedro aqui em cima. Acho que tinha uns 17 anos quando vi uma foto da Isabela Garcia com o filho pequenininho, tão bonitinho! Adorei o nome e ainda bem que ela me serviu de inspiração porque não gosto de nenhum nome de homem...
Sem pai músico e uma mãe que ainda não acredita que conseguiu estudar dois anos de violino no Conservatório (depois disso, tudo é possível!), João Pedro adora música. No Natal ganhou uma bateria.
Aqui, ainda de pijama e tocando. Quem sabe...